No dia em que completaria 26 anos, Rafael Bruno Parente será enterrado. No começo da semana, o pai dele, o sargento da Polícia Militar Irinaldo da Cruz Parente, ajudou no parto de uma mulher, no Varjão. Poucos dias depois, enterra o filho, morto com seis tiros, por volta das 21h desta quinta-feira. O crime ocorreu na Quadra 50, Conjunto F, do Gama Leste.
De acordo com testemunhas, três homens encapuzados desceram de um carro, ordenaram que o rapaz colasse as mãos na cabeça e efetuaram os disparos, que atingiram seu tórax e a nádega. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Regional do Gama (HRG), mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a polícia, uma pessoa que passava pela rua presenciou os tiros e levou o rapaz até o HRG. Mas o atendimento, em caráter de urgência, e o encaminhamento para o centro cirúrgico foram em vão.
Ainda não se sabe a motivação do crime. Segundo vizinhos, Rafael estava com amigos, conversando na rua, quando tudo aconteceu. “Os homens desceram do carro gritando que eram da polícia e mandaram todo mundo colocar a mão na cabeça, mas só atiraram nele. Enquanto atiravam, eles diziam que “só queriam ele”’, conta uma vizinha do rapaz, que preferiu não se identificar.
Tiros atravessaram o muro
O muro da casa de dona Valdete da Silva, de 58 anos, está cheio de buracos de balas. Os projéteis atravessaram a espessa parede e dois deles passaram ainda por um portão, parando apenas na área interna da casa.
“Eu só ouvi o barulho. Quando saí, ele já havia sido socorrido”, conta a dona de casa. “Em seguida, a polícia apareceu, isolou a área e recolheu as balas”, completa ela, que diz já ter visto a vítima na quadra outras vezes.
Moradora do Gama há mais de 30 anos, dona Valdete não considera a área perigosa. “Nunca havia ocorrido um tiroteio na porta da minha casa. Fiquei assustada”, comenta.