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Brasília

Filho de policial militar é morto no Gama Leste

Arquivo Geral

28/03/2015 9h09

No dia em que completaria 26 anos, Rafael Bruno Parente será enterrado. No começo da semana, o   pai dele, o sargento da Polícia Militar Irinaldo da Cruz Parente, ajudou no parto de uma mulher, no Varjão. Poucos dias depois, enterra o filho, morto com seis tiros, por volta das 21h desta quinta-feira. O crime ocorreu na Quadra 50, Conjunto F, do Gama Leste. 

De acordo com testemunhas, três homens encapuzados desceram de um carro, ordenaram que o rapaz colasse as mãos na cabeça e efetuaram os disparos, que atingiram seu tórax e a nádega. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Regional do Gama (HRG), mas não resistiu aos ferimentos.  

Segundo a polícia, uma pessoa que passava pela rua presenciou os tiros e levou o rapaz até o HRG. Mas o atendimento, em caráter de urgência, e o encaminhamento para o centro cirúrgico foram em vão. 

Ainda não se sabe a motivação do crime. Segundo vizinhos, Rafael estava com amigos, conversando na rua, quando tudo aconteceu. “Os homens desceram do carro gritando que eram da polícia e mandaram todo mundo colocar a mão na cabeça, mas só atiraram  nele. Enquanto atiravam, eles diziam que “só queriam ele”’, conta uma vizinha do rapaz, que preferiu não se identificar.

Tiros atravessaram o muro

O muro da casa de dona Valdete da Silva, de 58 anos, está cheio de buracos de balas. Os projéteis atravessaram a espessa parede e dois deles passaram ainda por um portão, parando apenas na área interna da casa. 

“Eu só ouvi o barulho. Quando saí, ele já havia sido socorrido”, conta a dona de casa. “Em seguida, a polícia apareceu, isolou a área e recolheu as balas”, completa ela, que diz já ter visto a vítima na quadra outras vezes. 

Moradora do Gama há mais de 30 anos, dona Valdete    não considera  a área perigosa. “Nunca havia ocorrido um tiroteio na porta da minha casa. Fiquei assustada”, comenta.  

Versão Oficial
 
Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal disse que o sargento Parente “está desolado e passando por um momento muito difícil. Infelizmente a fatalidade ocorreu logo após um momento feliz, que foi o parto auxiliado pelo militar nesta semana”.
Procurado pela reportagem, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou que o rapaz integrasse o quadro de funcionários do órgão.  
 
Considerado “tímido e calado”
 
Rafael morava no Conjunto E da mesma quadra com a mãe, desde a separação dos pais, há mais de dez anos. Era bem quisto pelos vizinhos, que o viram crescer. Muitos os descrevem como um jovem “calado” e “tímido”, que gostava de conversar com os amigos na rua.
 
A dona de casa Luciana Rodrigues,   34, diz que Rafael era aparentemente tranquilo. “Se aprontava alguma coisa, era   longe daqui”, acredita. Versão diferente da de outra vizinha, que preferiu não aparecer. “Ele vivia com uns meninos aí na esquina e já ouvi dizer que mexia com   coisas erradas”, alega.  
 
A irmã de Rafael, que se identificou   como Samara, nega a acusação. “Ele era tranquilo e estava trabalhando como vigilante no Supremo Tribunal Federal (STF). Eu sou casada e não morava com ele, mas nunca fiquei sabendo que ele tivesse feito nada de errado”, diz.  
 
Já o pai de Rafael afirma que tinha pouco contato com o filho ultimamente. “Moro no Gama Sul e ele no Gama Leste, fiquei sabendo de tudo pela televisão”.  Perguntado sobre as atividades exercidas pelo filho, o militar se limita a dizer que “não sabia de nada”. A polícia ainda não identificou os responsáveis pelo crime. A 14ª DP (Gama) segue investigando o caso. 
 

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