Menu
Brasília

Motoristas não encontram novo modelo de extintor exigido

Arquivo Geral

03/01/2015 8h20

A vida de quem ainda precisa comprar novos extintores de incêndio para o carro está complicada. O novo modelo, conhecido como ABC, está em falta em diversos revendedores pela cidade. Desde o primeiro dia do ano, todos os veículos que ainda tiverem o  antigo – BC – poderão ser multados.

“A gente quer regularizar nossa situação, mas o mercado não dá conta de atender a demanda”, reclamou o servidor público Valtécio Batista, 41 anos. Ele garantiu ter procurado em ao menos seis lojas. “Tinha que ter tido campanha educativa”, queixou-se. Ele alegou não saber a respeito da troca e ter sido pego de surpresa ao checar o tipo do extintor do  carro.

A necessidade de mudança, no entanto, está prevista desde 6 de novembro de 2009, quando foi publicada a Resolução 333 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A redação estabelece que “a partir de 1º de janeiro de 2015, os veículos automotores só poderão circular equipados com extintores de incêndio com carga de pó ABC”.

O funcionário de uma rede de autopeças, em Taguatinga, Diego Correia da Silva, 21 anos, afirma que os extintores  foram todos vendidos nas últimas duas semanas, após a veiculação de uma reportagem. “Um dia antes da virada, a loja do Guará nos mandou 60 e eles acabaram antes do meio-dia”, afirma.

Segundo ele, havia mais de cinco mil extintores  na rede há cerca de um mês. “Cheguei a vender dez produtos para um mesmo cliente na semana passada. Agora, a previsão é só para daqui a 15 dias”, estima. Diego especula que muita gente pode ter estocado para revender por preços maiores, o que é ilegal.

Para revender extintores,   o Corpo de Bombeiros  informa que é preciso ser credenciado. A preocupação especial é com o descarte dos cascos, já que não é permitido fazer recarga. Os modelos   jogados fora podem ser incinerados, entubados ou aterrados, dependendo da empresa que os receber.

Motoristas correm risco de levar multa
 
 O cabeleireiro Edmar Alves, 56 anos, tentou em quatro lojas  e não conseguiu comprar o extintor. “Passei o carro para o meu nome recentemente e só percebi hoje (ontem) que precisava de um extintor novo. Viajo no domingo, e, se não achar, vou ter que correr o risco. Não há como adiar”, admitiu.
 
Uma das proprietárias da loja Extinserv, Gabriela Barreira, confirmou a falta do produto e culpou a grande demanda. “Liguei em todas as lojas de Brasília e Goiânia para ver se achava para comprar e não encontrei. Liguei até nas distribuidoras”, explicou.
 
Ela disse ter feito pedido grande em outubro e até agora eles não estão disponíveis. “Há um mês tínhamos mais de dez mil extintores. Hoje (ontem), ao meio-dia, vendi meu último”, revelou Gabriela. As duas maiores distribuidoras do Brasil, Resil e Kidde, foram procuradas para esclarecer o motivo da falta dos produtos, mas a reportagem não conseguiu contato telefônico com nenhuma.
 
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) esclarece que quem for pego sem o modelo adequado pode ser multado em R$ 127, perder cinco pontos na carteira, por ser infração grave, e ter o veículo retido.  O Denatran não informou sobre   alteração de prazo para que a resolução entre em vigor.
O  Detran-DF, por sua vez,  declarou que  não fará operações específicas, uma vez que as  ações de rotina checam os itens obrigatórios.
 
Saiba mais
 
Cada letra do extintor designa um tipo de incêndio que o produto é apropriado para combater. O modelo alternativo BC, bastante comum em carros fabricados antes de 2005, era recomendado para líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. O acréscimo do A indica que o equipamento também apaga  fogo   em madeira e  em tecidos.
 
Os extintores ABC adequados para carro têm preço entre R$ 70 e R$ 100, pesam   1,5 quilo, com 0,9 quilo de carga, e podem ter válvulas de latão ou plástico, medindo entre 22 e 25 centímetros.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado