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Brasília

Recém-nascida é encontrado em caixa de papelão no Lago Norte

Arquivo Geral

07/08/2014 10h52

Um estudante encontrou, na manhã desta quinta-feira (7), uma recém-nascida abandonada dentro de uma lixeira na QI 3 conjunto 6, no Lago Norte. A criança foi resgatada e está recebendo tratamento no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Segundo o Hran, a bebê passa bem. Entretanto, a mãe que a abandonou ainda não foi identificada.

O estudante de design gráfico, Jonathan Gassner, de 20 anos, caminhava em direção a parada de ônibus e por volta das 6h30 escutou um barulho em uma lixeira. O rapaz foi em direção ao som e encontrou a bebê. “Estava indo para a faculdade, no meio do caminho escutei um barulho, me surpreendi ao perceber que tinha encontrado uma criança”, conta o universitário.

O jovem ficou assustado e pediu ajuda para um morador do Lago Norte, que o atendeu. Jonathan recolheu a criança e a levou para a 9ª Delegacia de Polícia, no Lago Norte. A DP requisitou o apoio operacional do Corpo de Bombeiros, que em menos de dez minutos estava no local. A bebê recebeu os primeiros atendimentos emergenciais e foi encaminhada para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).

O rapaz quer continuar tendo contato com a criança, de acordo com Jonathan, não é todo dia que uma coisa dessa acontece. O jovem ficou muito preocupado com a bebê e por volta do meio dia foi visita-la no hospital. Ele contou que se pudesse escolher um nome para a ela, seria Karen.

A recém-nascida estava em uma caixa de papelão dentro de uma lixeira, cheia de resíduos, envolvida em um jaleco branco e por uma camiseta preta. Grande parte do corpo estava coberto, apenas um pedaço da barriga e o braço estavam desprotegidos. 

Saúde da Criança

Segundo o HRAN, o parto da criança foi realizado por algum leigo, pois há sinais claros de falta de técnica e assepsia no procedimento de parto. A saúde dela está boa, há apenas um pequeno risco de infecção, mas nada grave. A recém-nascida pesa 3,035g e possui 47 centímetros de comprimento. O resultado de todos os exames médicos deve sair durante a sexta-feira. “ A criança tem um aspecto bom, apenas o umbigo pode estar infeccionado”, informou o Hospital.

A criança ficará no HRAN até o término dos procedimentos médicos. Após este período, a equipe de Serviço Social do hospital entrará em contato com o Conselho Tutelar, com a Secretaria de Justiça e com a delegacia responsável pelo inquérito.

Investigação

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), equipes da 9ª DP estão procurando a responsável pelo crime. O delegado Ricardo Nogueira Viana informou que até o momento não há informações sobre a autora do fato. Após ser identificada, a suspeita será autuada pelo crime de abandono de incapaz, artigo 133 do código penal, podendo pegar até três anos de prisão. 

A caixa onde a criança estava foi recolhida como prova e será encaminhada para exames papiloscópicos e periciais. Neste item investigado pode conter a identidade da suspeita. A perícia trabalha na investigação.

Qualquer informação que possa ajudar no caso pode ser enviada pelo whatsapp (61) 8626-1197 ou pelo telefone 197 da instituição policial.

Casa errada ou casa certa?

No local que a criança foi abandonada, reside Dona Célia Alencar, de 67 anos, servidora pública aposentada. A moradora ficou chocada com a situação e só ficou sabendo do caso após o resgate do bebê. “Vi uma equipe de reportagem na rua, mas não pensei que fosse algo sério. Por volta das 9h, o Delegado veio em minha casa e me informou sobre o acontecido”, explica Dona Célia.

A moradora foi até a delegacia para prestar depoimento sobre o fato. Na DP pode conhecer a recém-nascida. “Ela é tão bonitinha, bem moreninha!”, relata a aposentada.

Dona Célia ficou impressionada com a situação e revelou que perdeu seus três filhos em acidentes graves. “Estou em estado de choque, estou completamente transtornada. Como alguém faz isto com uma criança?”, desabafa a moradora.

A aposentada reside no Lago Norte, é espírita e não acredita em acasos. Para Dona Célia tudo tem um porquê. “ Se esta criança foi deixada em frente a minha casa, isto quer dizer algo. Tudo tem uma razão de ser”, conclui Célia.

A moradora do Lago Norte pensa na possibilidade de adotar a criança. 

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