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Brasília

Buriti reduzirá número de linhas de ônibus para estimular a integração

Arquivo Geral

24/05/2016 6h30

Millena Lopes

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Otimizar as linhas de ônibus, com uma revisão criteriosa nos trajetos existentes, é um dos objetivos do Governo do DF com o projeto Circula Brasília, que será apresentado hoje. São mais de 50 ações previstas para promover a integração do transporte público, principalmente com as bicicletas. Uma auditoria que fará um pente-fino em todos os contratos do transporte público também está a caminho. O objetivo, segundo a Secretaria de Mobilidade, é acabar com todas as dúvidas que pairam sobre a licitação e, principalmente, revisar a tarifa técnica. 

“Vamos fazer um estudo para redesenhar as linhas de ônibus. A operação que se usa hoje não é a que foi contratada”, explica o secretário Marcos Dantas, para quem há um excesso de linhas disponíveis no DF: são mais de 900. “Não precisa disso tudo”,   reitera. 

Para revisar os trajetos, o governo deve contratar um estudo, levando em consideração  cidades como São Paulo e Belo Horizonte,  que têm à disposição dos usuários pouco mais de 700 e 300 linhas, respectivamente. 

Sistema troncal

“É preciso racionalizar para diminuir o tempo de viagem, ir de ponto a ponto com mais facilidade”, destaca o secretário de Mobilidade. O caminho,   observa, é a integração. “Nosso sistema é troncal e não de ponto a ponto, como  no passado”, explica. 

A ideia é que o sistema de transporte público caminhe para chegar ao bilhete único e, mais adiante, à implementação da bilhetagem eletrônica, “que é um grande passo que vamos dar”, afirma Dantas. 

Com o Circula Brasília, a pasta pretende incentivar o uso de estações compartilhadas de bicicletas – que devem ser ampliadas. Para tanto, prevê a   construção de ciclovias e ciclofaixas, de modo que   se comuniquem com o transporte público. “Não adianta fazer   ciclovia que liga nada a lugar nenhum”, constata Dantas, ao anunciar que foi contratada   empresa para um   diagnóstico da malha cicloviária.

Pente-fino para revisar tarifa

A Secretaria de Mobilidade trabalha na elaboração de um termo de referência para contratar uma auditoria que fará um pente-fino nos contratos da pasta. “Vamos acabar, de uma vez por todas, com essas dúvidas”, diz, prometendo revisar a tarifa técnica, que é o valor que o passageiro custa.

Com a passagem subsidiada, o governo repassa às empresas a diferença. “Vamos colocar luz sobre os problemas. E aí, de fato, vamos ter provado o que estamos fazendo. Se tiver problemas com a tarifa técnica,   maior ou menor, nós vamos ter de corrigir”, promete. 

A auditoria, conforme o secretário, pretende atender aos órgãos de controle e, sobretudo, à CPI do Transporte Público, que apontou irregularidades na licitação.

Versão oficial

Sobre a reportagem “Prejuízo milionário”, publicada pelo Jornal de Brasília na edição de sexta-feira, Marcos Dantas diz que o governo não insiste em manter os contratos vigentes com as empresas do transporte público. “O processo foi questionado na Justiça, mas ainda está em primeira instância. Vamos cumprir o que a Justiça decidir, mas, até a decisão final, temos que manter a operação do sistema”. Ele refuta  números apresentados pelo presidente da CPI do Transporte Público, Bispo Renato (PR), e diz que, em 2015, o governo subsidiou R$ 591 milhões (54%) do custo total do sistema, que foi de R$ 1,1 bilhão. A projeção de gastos deste ano é de R$ 480 milhões (44%).

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