A lança de Oxalá continua quebrada na Praça dos Orixás. Mas não seria ele, um dos regentes de 2016, que cairia justamente pelas mãos da intolerância. E a prova disso são as mais de 40 mil pessoas esperadas na festa da virada que uniu umbanda e candomblé em Brasília. As duas religiões, que sofreram ao longo do ano inúmeros ataques, fizeram a festa de boas- vindas a 2016 em grande estilo: com homenagens, oferendas, fé e inúmeros pedidos por paz, respeito e tolerância.
Segundo a estimativa do presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, a festa da virada na Prainha dos Orixás estava prevista para durar, pelo menos, até as 6h.
Ontem, antes mesmo das 9h, dezenas de pessoas já estavam na Prainha dos Orixás fazendo suas oferendas. “O pedido é por paz e tolerância. Tudo isso, principalmente, no dia a dia. As pessoas estão se maltratando muito gratuitamente. Já 2016, regido por Oxalá e Iemanjá, deve ser um ano mais tranquilo”, disse a bióloga Ludmila Franco, de 32 anos.
Tranquilidade
Segundo o babá André de Oxum, de 36 anos, que fez bem cedo sua oferenda para Iemanjá, o ano de 2016 será de paz e tranquilidade. “Este ano foi de muita agressão. Então, acho que os pedidos, a expectativa e a concentração são por um ano mais leve, com prosperidade e força”, disse.
E há, entre tantos pedidos, um bem especial da advogada Vanda Mello, de 48 anos, e de sua madrinha, Maria da Graça Ferreira, de 65: “Que Brasília seja o exemplo da tolerância religiosa nos próximos anos. A capital do respeito a todas as crenças”.