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Brasília

Na virada do ano, brasilienses lamentam atos de vandalismo contra religiões afrobrasileiras

Arquivo Geral

01/01/2016 7h00

A lança de Oxalá continua quebrada na Praça dos Orixás. Mas não seria ele, um dos regentes de 2016, que cairia justamente pelas mãos da intolerância. E a prova disso são as mais de 40 mil pessoas  esperadas na festa da virada que uniu umbanda e candomblé em Brasília. As duas religiões, que sofreram ao longo do ano inúmeros ataques, fizeram a festa de boas- vindas a 2016 em grande estilo: com homenagens, oferendas, fé e inúmeros pedidos por paz, respeito e tolerância.

 Segundo a estimativa do presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, a festa da virada na Prainha dos Orixás estava prevista para durar, pelo menos, até as  6h. 

Ontem, antes mesmo das 9h,  dezenas de pessoas já estavam na Prainha dos Orixás fazendo suas oferendas. “O pedido é por  paz e tolerância.  Tudo isso, principalmente, no dia a dia. As pessoas estão se maltratando muito gratuitamente. Já 2016, regido por Oxalá e Iemanjá, deve ser um ano mais tranquilo”, disse a bióloga Ludmila Franco, de 32 anos.  

Tranquilidade

 Segundo o babá André de Oxum, de 36 anos, que fez bem cedo sua oferenda para Iemanjá, o ano de 2016 será de paz e tranquilidade. “Este ano foi de muita agressão. Então, acho que os pedidos, a expectativa e a concentração são por um ano mais leve, com prosperidade e força”, disse.

 E há, entre tantos pedidos, um bem especial da advogada Vanda Mello, de 48 anos, e de sua madrinha, Maria da Graça Ferreira, de 65: “Que Brasília seja o exemplo da tolerância religiosa nos próximos anos. A capital do respeito a todas as crenças”.  

Homenagens aos orixás
 
Às 20h de ontem,  começariam as oferendas e homenagens aos orixás que regem o ano de 2016: Oxalá e Iemanjá. A partir daí, a fé e a esperança seriam os grandes protagonistas do evento em que todas as crenças são bem-vindas. Tudo isso embalado por muita música. 
Depois da 0h30, começaria  o  show  principal, da cantora Rita Benneditto, que tem  repertório   voltado para as religiões afro. Depois disso,  estavam previstas as apresentações de  Nana Matos,  Emília Monteiro e, por último, os Filhos de Dona Maria.
Ao longo do evento, às 21h, estava programado um ato em homenagem a Oxalá, o orixá que teve sua lança de sua estátua cortada por vândalos no início desta semana. A ideia era chamar atenção do poder público para a intolerância.  
 

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