O golpe milionário aplicado contra clientes do Banco de Brasília (BRB) vai além da instituição financeira brasiliense. No decorrer das investigações da Operação Safira, a Polícia Civil descobriu que clientes de outros bancos também foram vítimas dos criminosos. Nove pessoas estão presas.
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Nessa terceira etapa, os agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão. De acordo com o delegado-chefe da 11ª DP (Núcleo Bandeirante), Victor Dan, a ação começou há oito meses, após um grande número de correntistas do BRB registrarem ocorrências. “Os clientes perceberam pagamentos de IPVA e IPTU em suas contas e acharam estranho”, diz o delegado. Segundo ele, os criminosos atuavam desde 2010 e, com os golpes, arrecadavam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil por dia.
A partir dessas denúncias, a Polícia Civil iniciou as investigações e chegou ao primeiro suspeito, Marcos Paulo Silva Barbosa, de 34 anos, responsável por coletar os boletos bancários para a quadrilha. Ele oferecia desconto de 30% nos pagamentos de IPVA e IPTU, alegando créditos de precatórios. “O criminoso, com ajuda de um hacker, entrava nas contas de correntistas de um determinado banco e roubava o dinheiro para efetuar o pagamento prometido. Em seguida, devolvia os boletos pagos às vitimas e recebia o dinheiro”, explica Dan.
Os agentes descobriram, ainda, um outro método que o grupo usava para aplicar os golpes. “Os hackers invadiam as contas bancárias, roubavam o dinheiro de clientes e o transferia para a conta de um ‘laranja’, que ganhava R$ 500 para emprestar sua conta”, detalha o delegado. Em quantias mais altas, quando o limite diário dos caixas eletrônicos eram atingidos, os golpistas usavam máquinas de cartões de crédito e débito, de empresas de faixada, para conseguir o restante do dinheiro.
Além de Marcos Paulo, foram presos Adimar Gomes Amorim Júnior, 21 anos, Fernando Henrique Ribeiro da Silva, 26, Raimundo Washington de Sousa Queiroga, 47, Adriano Jarles de Souza, 30, Romoaldo Landim dos Santos, 31, Alessandro José da Fonseca, 39, Geraldo Lucas Braz Teodosio, 21, e Carlos Alexandre Braz Oliveira, 29.
Eles devem responder por organização criminosa, com pena de 4 a 10 anos de prisão, e furto mediante fraude, de 2 a 8 anos de reclusão. O delegado preferiu não listar os demais bancos que foram alvo dos golpistas.
Raphael Araújo
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