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Brasília

Greve dos petroleiros afeta o abastecimento de gás de cozinha no DF

Arquivo Geral

20/11/2015 6h20

Carla Rodrigues

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A greve dos petroleiros está afetando o abastecimento de gás de cozinha no Distrito Federal. Há pelo menos duas semanas, os revendedores têm dificuldades para carregar os botijões. Com isso, a expectativa dos comerciantes é de um novo aumento no preço. Vale lembrar, no entanto, que, desde o início do ano, o valor do  “bujão”   já subiu, em média, 23%. Ou seja, quem antes pagava R$ 55 agora tira aproximadamente R$ 13 a mais do bolso, somando R$ 68 a cada aquisição. 

“Comprei hoje (ontem) e quase morri do coração. Está muito caro”, reclama o auxiliar técnico Walter de Sousa, de 58 anos. Morador do Cruzeiro, ele divide a casa com sua esposa e uma filha. De dois em dois meses, é preciso trocar o botijão. 

“Paguei R$ 68. Isso, de dois em dois meses ao ano, dá um preço salgado. E o pior é que tudo está subindo. Então, não tem para onde correr. Nem desconto a gente consegue”, ressalta. Antes, conta, o preço do gás não passava de R$ 48 na região. “Era entre R$ 48 e R$ 55. Subiu bem”, completa. 

Segundo o presidente da Associação Brasiliense dos Revendedores e Transportadores de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) do DF, Janair Carvalho da Silveira, na verdade, a greve dos petroleiros ainda pode afetar os preços do gás. 

Como explica, os 23% de elevação do preço deste ano ocorreram em razão do aumento pela Petrobras e pelas companhias distribuidoras do GLP. “Há dois meses, a Petrobras aumentou 15%. Em seguida, as companhias subiram em 8%. Agora, já se fala em um novo aumento, talvez, de 19%”, explicou. 

Reflexo

Ainda segundo Silveira, a greve dos petroleiros vem ameaçando o abastecimento do DF há, pelo menos, duas semanas. “Hoje (ontem) mesmo, tem um monte de gente em Ceilândia sem gás. A verdade é que o DF hoje só tem duas engarrafadoras. As outras quatro, o centro operacional delas é em Goiânia. Então, é claro que a greve afeta”, ressalta o representante dos revendedores de gás GLP. A expectativa, diz, é de que a situação só se normalize “daqui a duas semanas”. “Tinha caminhão aqui perto, em Goiânia, parado desde segunda-feira para abastecer o gás”.

Revendedores diminuem o estoque de gás

Quem trabalha na venda direta de botijões aos moradores do Cruzeiro, Sudoeste e Plano Piloto assegura que os consumidores já sentem o peso do preço do gás nas contas. Alguns chegam a desistir da compra, relata Claudia Marques, proprietária de uma empresa revendedora do Cruzeiro. “No início, assim que o preço subiu, em setembro, muitos clientes diziam que não iriam comprar por aquele preço. Mas não tem jeito, não tem para onde correr”, argumenta. 

Segundo Claudia e o seu irmão, Wellington Marques, gerente do espaço, o fato é que não dá para vender o produto por menos. “Tudo aumentou, gasolina, diesel. É um dominó. E, com a greve, piorou. Antes, nosso estoque era para quatro dias. Agora, só dá para um”, afirmam. “Faltar gás não falta. Mas está lento o abastecimento. Mais para a frente, a expectativa é de vir aumento no preço”, dizem. 

No Guará, a situação não é diferente. O funcionário de uma revendedora de gás, que preferiu não se identificar, disse que o abastecimento “está escasso”. Mas, até o momento, os preços são os mesmos de setembro. O que, para as donas de casa, já está caro. “Eu compro de duas em duas semanas, porque é o que dura. Então, são R$ 120 por mês mais ou menos. Acho caro”, diz a aposentada Ana Francisca de Souza, de 82 anos.

Saiba mais

Por meio de nota, a Petrobras informou, na terça-feira, que as entidades sindicais estão analisando a proposta apresentada pela companhia. Dos 17 sindicatos, dez haviam decidido pela aprovação da proposta e pelo encerramento da greve em suas respectivas bases.

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