Na manhã desta terça (13) os funcionários da saúde realizaram uma assembleia geral e votaram pela manutenção da greve por tempo indeterminado. Logo depois, os profissionais fizeram uma caminhada em volta do Hospital de Base para pedir a abertura da negociação com o Governo do Distrito Federal.
“Não aceitaremos esse calote. São leis que estão em vigor desde 2013 e não se tratam de reajustes. Elas são sobre a isonomia de carga horária e a incorporação de uma gratificação que já era paga. Nossas leis não honeram mais os cofres públicos. O GDF precisa ouvir os servidores e sentar para negociar”, explicou Marli Rodrigues.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios determinou a ilegalidade da ação e o retorno imediato ao trabalho, sob pena de multa. Os Sindicatos dos Médicos do DF (Sindmédicos) e dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (Sindsaúde) alegam não terem sido notificados oficialmente.
Uma nova assembleia geral deve acontecer na próxima quinta-feira (15), podendo ser convocada antes. Até lá, os hospitais estão funcionando parcialmente.
Veja como está o atendimento em cada região:
Brazlândia
Hospital regional: atendimento completo na emergência; serviços parados no ambulatório.
Centros de saúde: 30% dos serviços estão mantidos.
Ceilândia
Hospital regional: emergência atende normalmente, com dois ortopedistas, um clínico e três ginecologistas. Cirurgias são feitas, inclusive as eletivas. Atendimento suspenso no trauma e na sala de vacinas. Ambulatório parado.
Unidade de pronto-atendimento (UPA): funcionamento normal.
Gama
Hospital regional: está com 30% dos servidores. Pronto-socorro de clínica médica não teve atendimento de porta pela manhã. Pronto-socorro de cirurgia geral funciona com restrições. Ortopedia tem atendimento normal. Na pediatria, um médico atende casos de emergência; outro, de baixo risco. O ambulatório está parado.
Guará
Hospital regional: emergência normalizada. Ambulatório funciona parcialmente.
Centros de saúde: a unidade 1 está sem atendimento na clínica médica. Na 2, a maioria dos técnicos e médicos voltou ao trabalho após a decretação da ilegalidade.
Centro de saúde da Estrutural: servidores continuam em greve.
Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo e Parkway
UPA: atendimento restrito com dois médicos pela manhã.
Centros de saúde: funcionam parcialmente.
Equipes da Estratégia Saúde da Família: atendem somente com enfermeiros. Médicos e técnicos de enfermagem estão parados.
Paranoá
Hospital regional: ambulatório suspenso; emergência normalizada.
Centros de saúde: abertos, mas com poucos médicos e técnicos de enfermagem.
Planaltina
Hospital regional: emergência funciona normalmente.
Centros de saúde: a maioria dos serviços está parada.
Plano Piloto
Hemocentro: equipe reduzida.
Hospital de Base: emergência, incluindo o trauma, funciona com número reduzido de servidores e atendimento restrito a casos mais graves (laranja e vermelho). No ambulatório, todas as especialidades estão atendendo normalmente. A oncologia — quimioterapia e consultas — funciona, mas a unidade de radioterapia opera com apenas 30% dos servidores. Cirurgias eletivas agendadas estão suspensas.
Hospital Regional da Asa Norte (Hran): no centro cirúrgico, ocorre um mutirão de cirurgias em fissurados. Além disso, apenas cirurgias de emergência ou procedimentos em pacientes internados estão sendo feitos. Cirurgias eletivas foram suspensas.
Na emergência, a pediatria está sem médico para atendimento na porta. Um pediatra atende os pacientes internados. Dois clínicos atendem na porta, e dois estão no centro obstétrico. No ambulatório, o atendimento é apenas na sala de curativos. A odontologia realiza cirurgias. Demais procedimentos estão sendo remarcados. Na dermatologia, apenas pacientes do ambulatório de hanseníase estão sendo atendidos.
Hospital Materno-Infantil (Hmib): atendimento normal no ambulatório. Apenas um urologista e um ginecologista estão em greve. No pronto-socorro pediátrico, dois médicos atendem somente casos graves. Na emergência de obstetrícia, o atendimento é normal, com quatro médicos.
Recanto das Emas
UPA: funciona normalmente.
Centros de saúde e clínicas da família: atendem parcialmente.
Samambaia
Hospital regional: ambulatório e emergência estão normalizados.
UPA: funciona com dois médicos.
Centros de saúde: atendimento normal.
Santa Maria
Hospital regional: atendimentos suspensos no ambulatório, pois técnicos de enfermagem continuam parados. Cirurgias eletivas não são feitas. Médicos e enfermeiros trabalham normalmente. Atendimento normal na emergência.
Sobradinho
Hospital regional: atendimento normal no ambulatório e na emergência. Cirurgias apenas de urgência. Técnicos do plantão noturno estão dobrando o expediente por falta de servidores. Uma enfermeira foi deslocada da classificação para ajudar na assistência, por ausência de técnico.
Banco de sangue, banco de leite e unidade de terapia intensiva: atendimento normal. Na radiologia, só são atendidas emergências.
UPA: funciona com um clínico.
Taguatinga
Hospital regional: emergência normal. No ambulatório, são atendidos curativos e casos de câncer. Demais pacientes estão sendo remarcados ou encaminhados para outra unidade, conforme o caso. Setor de otorrinolaringologia atende emergências; de cirurgia e reumatologia atendem normalmente; de ortopedia atende curativos e pós-operatório; de cardiologia, oftalmologia e gastroenterologia estão fechados.
Centros de saúde: funcionam parcialmente.