Isaac Marra,
Especial para o Jornal de Brasília
A Câmara Legislativa vai engrossar o coro dos descontentes com as falhas ocorridas na eleição dos conselheiros tutelares, realizada no domingo. A sessão de ontem, que tinha como pauta principal a votação do pacote de ajustes do governo, foi marcada, também, pelo pronunciamento de, pelo menos, cinco distritais insatisfeitos com os fatos registrados no dia da eleição.
“Vamos abrir investigações, em três comissões, para apurar as denúncias de irregularidades no processo de escolha dos conselheiros tutelares”, afirma a presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PDT). Segundo ela, as falhas, se confirmadas, podem ter contaminado todo o processo eleitoral.
Conforme o resultado da apuração, a Câmara poderá ajuizar ações visando anular a escolha dos conselheiros tutelares, processo, que, segundo Celina, foi tumultuado e sem transparência.
O deputado Chico Vigilante (PT) é um dos que defendem a anulação. “Tenho a informação segura de que em uma urna, em Samambaia, a lista era de 108 pessoas, mas continha 175 votos, todos para uma única candidata”.
Para o deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), o processo já estava contaminado, e a convocação de novas eleições deve ser feita rapidamente, corrigindo todos os erros. O distrital Bispo Renato Andrade (PR) acredita que não há como respeitar as crianças e os adolescentes sem tratamento idêntico às pessoas encarregadas de protegê-los.
Saiba mais
Até agora, apenas a Defensoria Pública do DF ajuizou ação civil pública contra as eleições.
O resultado final do pleito estava previsto para ontem, mas foi adiado pelo governo local.
A posse está prevista para 10 de janeiro, com mandato até o fim de 2019. As eleições foram canceladas duas vezes.
