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Brasília

Impasse entre moradores do Lago Sul e representantes do GDF está longe do fim

Arquivo Geral

04/09/2015 6h00

Manuela Rolim

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A derrubada de cercas e muros irregulares na orla do Lago Paranoá, iniciada na semana passada, permanece no topo das reclamações de quem foi afetado na primeira etapa do projeto: os moradores do Lago Sul. Indignada, a população se reuniu, na noite de ontem, com representantes do Governo do Distrito Federal para debater o assunto, na Administração Regional do Lago Sul.

O encontro, que contou com a presença do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Polícia Militar, Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e Agência de Fiscalização (Agefis), levantou uma série de dúvidas a respeito do tema. Como muitos cartazes contrários a decisão do GDF, residentes do Lago Sul questionaram o aumento da violência, a manutenção da orla, o orçamento do governo destinado ao projeto, a falta de diálogo com a comunidade antes da derrubada e a continuidade de eventos, como o Isoporzinho, no último domingo.

Por volta das 19h, o debate começou com o técnico do Ibram, Luiz Rios, explicando a decisão do GDF. Ao finalizar seu discurso, Rios foi muito vaiado pela plateia. Em seguida, foi a vez dos moradores elaborarem perguntas, que, posteriormente, foram respondidas pela presidente do Ibram, Jane Vilas Boas. “Elaboramos um projeto que dialogasse com toda a população do DF”, argumentou, e logo foi vaiada. 

Em outro momento da reunião, a comunidade gritou “respeito” para os componentes da mesa. Por outro lado, aplaudiram todas as reivindicações de seus vizinhos.

“Desocupação foi uma bela jogada política”

A funcionária pública Alice Brito, 40 anos, alerta que a lei deve valer para todos. “O Setor de Clubes, o Pontão do Lago Sul e as embaixadas também precisam se adequar”, afirma. Segundo ela, o governo deveria investir nas áreas que já estão livres para a população, como a Prainha, o Parque Asa Delta e a Península dos Ministros. “O GDF prefere destruir o que já está pronto em vez de resolver o que está carente de estrutura. Está tudo abandonado. Essa desocupação foi uma bela jogada política”, conclui. 

Para a moradora da QI 25 do Lago Sul, Carla Lobo, 50 anos, advogada, a decisão judicial deve, sim, ser cumprida, mas na legalidade. “O governo afirma que a decisão é para proteger o meio ambiente. No entanto, como isso vai acontecer com a permissão de eventos na orla, como o Isoporzinho? Infelizmente, o GDF não tem nenhum planejamento”, completa a advogada.

Ela alerta ainda para os cuidados com os animais da região. “Perto da minha casa, tem várias capivaras, que serão mortas ou  vão fugir assustadas com a população”, acrescenta a advogada, ressaltando que os moradores do Lago Sul não são contrários à desocupação, mas à desorganização do governo.

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