Problemas têm sido relatados com frequência no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 28, no Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia. Como se não bastasse o roubo de computadores, agora a instituição sofre com a presença de ratos e pombos.
O vice-diretor da unidade, José Antônio Martins, conta que foi colocado veneno, mas que foi uma medida paliativa. “Não adianta. Fazemos nossa parte, a escola mantém a higiene, mas os arredores estão cheios de lixo”, justifica.
Uma das coordenadoras da escola, Nathalia Thomas conta que, após a aplicação do veneno, alguns ratos morreram fora do bueiro e foram recolhidos. Outros ficaram presos no encanamento, causam mau cheiro e atraem baratas. “O pior são as doenças que eles podem transmitir. Tememos pelas crianças e pelos funcionários. É uma verdadeira sucessão de pragas”, afirma.
Enquanto a equipe de reportagem esteve no local, cerca de uma hora, quatro ratos foram flagrados circulando pela unidade de ensino.
“Escola provisória”
Nathalia conta que o colégio aguarda reforma há um ano. “Era uma escola provisória, mas foi abandonada. Não se pode esperar alguém adoecer gravemente para se tomar uma atitude”, argumenta. Ela acrescenta que alguns servidores pegaram piolho devido à convivência diária com os pombos.
O serviço de limpeza da escola é terceirizado. O auxiliar de limpeza Cristiano Martins, 35 anos, trabalha na unidade desde a fundação, em 2009, e garante que a higiene está sempre em dia, mas que só isso não é suficiente: “É como enxugar gelo. Se não cuidarem da parte de fora, a situação será essa. Fazemos limpeza efetiva, mas há muito rato.”
A aluna Kaylane Ramos, 11 anos, estuda no 6º ano e conta que já viu rato na sala de aula: “Acho nojento. Quando a escola voltou de recesso, estava pior. Tenho medo de ficar doente, mas não tem outro jeito”.
O incômodo não fica apenas na escola. Os ratos também aparecem na vizinhança. A moradora Rosimar de Carvalho Avelino, 37 anos, conta que quem polui são as próprias pessoas da região. Para ela, falta conscientização e acompanhamento do governo: “O pessoal joga lixo em qualquer lugar, mas o lixo tem de ser recolhido. Vivemos com rato dentro de casa e meus filhos vivem com alergias”, conta.
Governo faz desratização em colégio
A reportagem procurou a Secretaria de Educação para saber o que seria feito em relação a ratos e pombos que circulam no Centro de Ensino Fundamental (CEF). Segundo o coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia, Marco Antônio de Souza, a desratização foi realizada ontem, às 12h, sem risco de contaminação aos alunos.
Por isso, ele afirma que as aulas prosseguiram normalmente no período da tarde. Ainda de acordo com o coordenador, está marcada para hoje, a partir das 15h, uma limpeza nos arredores do centro de ensino.
Em caso de ocorrências dessa natureza, a Secretaria de Saúde informa que as escolas devem acionar a vigilância ambiental, pois os ratos causam leptospirose (que pode levar à morte) e os pombos, doenças respiratórias e dermatite de contato (alergia).
Retirada de lixo
A Administração Regional de Ceilândia esclarece que, em parceria com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), realiza ações para retirar lixo e entulho de áreas públicas de Ceilândia. Segundo a assessoria de comunicação do Governo do DF, a área citada passa frequentemente por limpeza e que, no mês passado, no mesmo espaço, foram retiradas cerca de dez toneladas de lixo.
O SLU informa que, nas proximidades do CEF 28, a coleta convencional é feita de segunda-feira a sábado. O órgão pede que os cidadãos chequem dias e horários da rota de coleta no site www.slu.df.gov.br. E que, caso o caminhão coletor não passe, o SLU recomenda que os moradores recolham os resíduos de volta para casa, evitando a presença de vetores de doenças e, em seguida, entrem em contato pelo telefone 162.
