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Brasília

Motoristas denunciam falhas na fiscalização eletrônica

Arquivo Geral

30/07/2015 6h10

Uma “falha humana” durante a instalação de um pardal na W3 Sul está dando dor de cabeça aos motoristas que trafegam pela via. Na extensão de toda a pista, pela qual circulam diariamente mais de 80 mil carros, as placas indicam que a velocidade máxima é de 60 km/h. No entanto, desde o mês passado, o aparelho colocado entre as quadras 708/9 foi programado, equivocadamente, com o limite de 50 km/h. Diante disso, o resultado não poderia ser outro: segundo o próprio Departamento de Trânsito (Detran- DF), responsável pela montagem dos equipamentos, sete mil pessoas foram penalizadas indevidamente. 

Agora, assegura o órgão, as infrações serão canceladas, sem a necessidade de recurso por parte dos condutores.  Ainda assim, para os motoristas multados, a anulação das infrações não retrata o estresse e a perda de tempo em busca de soluções para o problema. 

“O que me incomoda profundamente é o posicionamento do órgão, que é público e deveria servir a população. Em nenhum momento, ele procurou deixar claro o que estava acontecendo. Primeiro, fez as pessoas prejudicadas irem atrás. Depois, decidiu o que iria fazer”, desabafa o servidor público Tadeu Costa, de 52 anos. 

Morador da Asa Sul, ele levou uma multa por passar a 59 km/h pelo equipamento. “O que o Detran fez não se faz. Na hora de cobrar, é uma eficiência maravilhosa. Agora, na hora de fazer o papel ético e correto, eles simplesmente não fazem”, afirma. 

Ressarcimento

Ainda segundo o departamento, das sete mil pessoas multadas, dez pagaram o valor da infração, de R$ 85. Agora,   a solução será devolver o dinheiro. “O Detran será pró-ativo e entrará em contato com o proprietário para a correspondente devolução do valor pago”, garante. Além disso, a instituição afirma que já consertou o pardal. “Desde a segunda-feira da semana passada, a empresa responsável pelo equipamento foi notificada e o reprogramou corretamente”, completa. 

Condutores continuam a receber multas

O estranho é que alguns motoristas continuam a receber a multa, como a dentista Kely Cristina Bandeira, 42 anos. Na última terça-feira, ela recebeu do segurança do prédio a notícia de que havia chegado para ela uma notificação do Detran. “É constrangedor. Parece que a gente fez algo errado. Tomei um choque. Moro aqui há anos e conheço a velocidade da via”, diz.

Vale lembrar que, além do valor da multa, os motoristas recebem quatro pontos na carteira por excesso de velocidade. Por isso, a dentista afirma que foi ontem ao Detran questionar a infração. Ela conta que foi “maltratada” pela servidora do órgão: “Ela me atendeu mal. Fui ao protocolo geral para ver qual a orientação que eles me davam e ela se comportou como se eu quisesse dar o calote na empresa”. 

Kely não vai desistir de ter algum documento que comprove o cancelamento da infração. “Eles erram e a gente que corre atrás. Não vou deixar de fazer meu requerimento para provar que o erro é deles e não meu”, diz.

Três multas

Na confusão das infrações erradas, teve quem recebeu três multas. É o caso do servidor público Eldon Coutinho, 45 anos. “Nas duas primeiras, fui ao Detran e me disseram que cancelariam. Quando menos espero, recebo outra. Elas não foram canceladas ainda”, indigna-se. “Fico pensando em quem quer vender o carro e terá de esperar a análise do órgão”, critica. 

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