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Brasília

Vídeos mostram maus-tratos a crianças de escola particular em Águas Claras

Arquivo Geral

01/07/2015 15h00

A escola, na teoria, é uma extensão da educação repassada em casa. Por isso, mães e pais deixam seus filhos em instituições de ensino com a confiança de que eles estão em um ambiente seguro e agradável. No entanto, vídeos que circulam pelas redes sociais desde a madrugada desta quarta (1) mostram o contrário: crianças de 3 a 5 anos sendo maltratadas por professores de um colégio particular, em Águas Claras, que oferece os serviços de creche, educação infantil e ensino fundamental. Ao todo, 25 gravações foram divulgadas por um funcionário da escola. As imagens mostram os alunos sofrendo agressões emocionais e, em alguns casos, físicas. A Polícia Civil já recebeu ocorrências e investiga o caso.

Um áudio divulgado mostra as professoras zombando de uma criança que fez xixi na roupa. As funcionárias ameaçam o menino de 3 anos dizendo que o colocará para andar nu ou apenas de cueca na escola “para aprender”. É possível escutar o choro do menino. O mesmo garoto aparece em um vídeo dentro de uma sala de aula em que a professora cobre todo o rosto dele com uma touca de tecido utilizada nas atividades de artes.

A mãe do estudante, que preferiu não ser identificada, disse que ao reconhecer o filho o questionou sobre o caso: “Ele contou sobre uma tal ‘sala de bebês’, em que os alunos eram levados como uma forma de castigo”. Ela disse que já procurou a delegacia para uma ocorrência e que espera por justiça. “Tive uma sensação de repúdio quando vi as imagens. A gente confiava nos profissionais e na escola, mas temos a certeza de que a justiça será feita”, desabafa.

Agressões

Um dos vídeos mostram imagens de uma educadora puxando um aluno pelo braço com brutalidade ao tentar passar algo no rosto da criança. O menino apenas grita: “Eu não quero, eu não quero”, enquanto a professora insiste. Em outro, uma criança aparece chorando depois que funcionários estouraram diversos balões perto dele. 

Segundo a mãe que falou com a reportagem, diversas agressões partiram de uma mesma professora da creche, que dá aula nos turnos matutino e vespertino, com o auxílio de outras duas educadoras. Na manhã desta quarta (1), cerca de 30 pais de alunos compareceram à instituição para uma reunião com a diretora. Com uma nota, no site da instituição, a escola afirmou que “já estão sendo tomadas todas as providências para apurar quaisquer irregularidade apresentadas”. 

O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinproep-DF) informou que disponibilizou a assessoria jurídica para as professoras, mas que só se posicionarão a respeito quando a apuração do caso for finalizada. Segundo o representante da categoria, as educadoras trabalham na instituição educacional há cerca de oito anos e, mesmo com o monitoramento através de câmeras dentro do colégio, nunca foram advertidas. 

Responsabilidade

Para o presidente da Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal, Luis Carlos Megiorin, é responsabilidade da escola verificar e fiscalizar os profissionais que atuam no local. “Nós orientamos os pais a não deixar passar em branco para não dar a chance de que o mesmo ocorra em outros colégios”, afirma. Segundo ele, a associação é a favor que a escola tenha um monitoramento intensivo, até mesmo para proteger a própria imagem. “O problema é como a escola age depois de descobrir os casos. Ela perderá a confiança dos pais se não se posicionar com lucidez”, finaliza.

Seis mães compareceram na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) até o final desta tarde para registrar um boletim de ocorrência, segundo a Polícia Civil. A corporação analisa o caso a partir das imagens de maus-tratos.

Fiscalização

O Conselho Tutelar de Águas Claras já recebeu as denúncias. Segundo a representante do órgão, Maria do Socorro Alves, a escola já foi notificada, mas ainda não compareceu ao local para prestar esclarecimentos. A conselheira recebeu os pais dos alunos e os orientou a registrar ocorrência, além de indicar como proceder no contato com a instituição. 

Após ouvir o lado da escola, os conselheiros vão solicitar mais fiscalização e acompanhar as vítimas para verificar se precisarão de acompanhamento psicológico.

Assista ao vídeo enviado para o WhatsApp do JBr. (9606.4199):

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