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Brasília

Segurança em xeque com aplicativos para celulares

Arquivo Geral

27/03/2015 6h30

Mais práticos, os smartphones são objeto de desejo do consumidor, à frente  dos tablets e computadores.  Com isso, a moda  é enviar arquivos, fotos e vídeos por meio do WhatsApp, aplicativo gratuito de mensagens. Nas ruas do Distrito Federal, é comum encontrar pessoas vidradas nos aparelhos. O que fazem? Conversam, jogam e até pagam contas. “Acho que esses celulares vieram para facilitar a nossa vida. Agora mesmo eu estava fazendo uma transferência bancária”, conta a secretária executiva Karina Barros, de 33 anos. 

 Porém, tanto ela quanto outros usuários desconhecem os riscos por trás de tanta eficiência. Pesquisa realizada pela Symantec, empresa especialista em segurança da internet, revela que 74% dos brasileiros disponibilizam dados pessoais aos desenvolvedores de aplicativos móveis. Informações que podem ser acessadas por hackers e trazer vários transtornos. “Eu não sabia que era fácil assim. Tenho muitos programas e não tenho antivírus nem nada disso”, confessa a secretária, moradora do Cruzeiro.

“Grátis”

 Para evitar que as informações pessoais sejam visualizadas por hackers, o jeito é evitar aplicativos, principalmente os gratuitos. Para o doutor em Ciência da Computação e professor da Universidade de Brasília (UnB)  Jorge Henrique Fernandes, a palavra “grátis” significa o compartilhamento de dados privados, como contatos, geolocalização, fotos e senhas. 

“Esse é um problema gravíssimo que temos na atualidade. O modelo de negócios da área de aplicativos é baseado na troca de informações pelo serviço. Então, quando o usuário baixa no seu smartphone um jogo, o sudoku, por exemplo, gratuito, ele disponibiliza informações cunho pessoal”, salienta. 

 Mais cedo ou mais tarde, acrescenta o especialista, “essas informações serão utilizadas, seja para pesquisa de mercado ou coisas bem piores”. Por isso, explica, o ideal, se possível, é escolher programas pagos que exigem menos informações do usuário. “Por eles já estarem cobrando um valor, exigem só o básico. Já os gratuitos  formam banco de dados com as informações coletadas. Eles fazem isso para manter uma rede de pesquisa de mercado”, destaca Jorge Henrique.

Cautela antes do download

De acordo com o estudo, 89% dos brasileiros se preocupam com golpes  nos smartphones. Mesmo assim, essas mesmas pessoas tendem a fazer os downloads. O que, segundo o professor Jorge Henrique, é um péssimo comportamento.Para o especialista, é necessário, antes de tudo, avaliar a necessidade do aplicativo desejado. “Muitas vezes, as pessoas baixam coisas desnecessárias em seus smartphones e, com isso, abrem mão da sua privacidade. O ideal é analisar se aquilo é essencial ou não”, aponta Jorge Henrique.   

No caso dos bancos, contudo, o professor  afirma que os riscos são menores. “A troca de informações com o banco no celular é natural.”

Se, para os incautos, baixar aplicativos  é comum, quem já passou por experiências ruins  reconhece que o melhor é ser criterioso. “Tenho a preocupação de ver a avaliação das pessoas quanto ao programa, saber se o criador é confiável e evito fazer check-in de onde estou. Tive   problema com os smartphones anteriores a esse e acredito que foi   por causa de aplicativos contaminados ou algo assim. Então, hoje,  sou mais cuidadoso”, diz o professor Elvio Andrade, 27.

Privacidade ameaçada na telinha

 A jovem Rayana Sousa,   20 anos, conta que tem medo de ter o   aparelho celular invadido. Por isso, busca se prevenir. “Eu tenho bancos, Facebook, Twitter, editores de fotos e outros programas conhecidos no meu. Tento não baixar aplicativos sem muita referência. Não costumo pagar, prefiro os gratuitos, mas também tomo meus cuidados. Tenho antivírus nele, por exemplo”, conta a autônoma.

 E Rayana faz o certo. Segundo o diretor de consumo da Symantec, Beto Santos, globalmente, são mais de três milhões de aplicativos maliciosos e oito milhões que podem expor a privacidade do conteúdo dos aparelhos. 

“Por isso, é necessário saber que, quando se trata de aplicativos, a palavra ‘grátis’ raramente vem sem um custo. Os dados pessoais se tornam a moeda de troca e, como a maioria dos usuários não sabe das vantagens e desvantagens de privacidade on-line, acaba por expor suas informações”, reitera o executivo.

Permissões

Outra dica é verificar as permissões de acesso solicitadas ao instalar o aplicativo. Existem alguns que  pedem para acessar  a localização e utilizam a conexão para rastrear a   movimentação, o que representa risco. Fazer back-up com frequência também é um procedimento recomendado.

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