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Brasília

DF-GOIÁS: expectativa para viagem sobre trilhos

Arquivo Geral

06/03/2015 7h00

Parece que o “Expresso Pequi” está, enfim, entrando nos trilhos. O estudo do projeto que planeja fazer a viagem de trem entre Brasília e Goiânia (GO) durar pouco mais de uma hora deve estar pronto em três meses, impulsionando a implementação da linha férrea. As obras devem iniciar até o começo de 2017 e, de acordo com a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF), o projeto deve custar cerca de R$ 1,2 bilhão. A expectativa é que promova o desenvolvimento econômico e social das regiões com transporte de passageiros e cargas. 

O trajeto da linha   foi definido por órgãos dos governos Federal, do DF e de Goiás. Serão   240 quilômetros de trilho tendo a Rodoferroviária  como ponto   central. “Vai ser um grande entroncamento de mobilidade entre trilhos e pneus”, explica Marcelo Dourado, presidente do Metrô-DF e ex-diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

Divisão

O projeto divide a ferrovia em dois tipos de transportes: o regional, que liga Brasília a Goiânia, e o integração ou semiurbano, que faz as linhas DF-Águas Lindas-Santo Antônio do Descoberto e Anápolis-Goiânia. O trem, entre as duas capitais e ramificações, atenderá a   6,3 milhões de pessoas e a previsão é que transporte 23,5 mil  por dia e 7,3 milhões por ano. No DF, as estações devem ser integradas ao metrô. 

“Saindo da Rodoferroviária, a linha vai correr paralela à  via Estrutural e atender o SIA,   Estrutural, Taguatinga e Ceilândia”, explica Dourado. Antes de passar por Santo Antônio do Descoberto e seguir para Goiânia, “haverá um braço de aproximadamente cinco quilômetros até o centro de Águas Lindas,   uma das maiores cidades da região e serve de dormitório para quem trabalha no Plano”. 

De acordo o presidente do Metrô, o trajeto beneficiará o chamado eixo oeste, “já que o Plano Piloto recebe  um fluxo de mais de 1,3 milhão de pessoas que vêm da Região Metropolitana todos os dias e é um dos eixos mais congestionados”. O trecho engloba Estrutural, Taguatinga, Ceilândia e Águas Lindas, “de onde há fluxos enormes de busca de emprego, educação, saúde etc”. 

Aspectos econômicos e sociais

Os estudos de viabilidade técnica, econômica e socioambiental foram contratados em 2013 e devem ser entregues por uma empresa de consultoria em maio. Juliano Samôr, gerente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), explica que “esse estudo dará totais condições para futura implantação da linha férrea”. 

Depois disso, entram em ação os projetos básico e executivo. “O início das obras se dará de forma dinâmica”, revelou Samôr, acrescentando que “isso pode ser em três ou quatro anos, mas vai depender de um planejamento futuro a partir dos estudos”. 

Apesar de o Metrô já prever o valor do projeto, a ANTT e a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) afirmam ainda não ser possível definir custos. “Estamos na elaboração. A fase de agora vai dar um escopo modal sobre quais serão as obras necessárias”, esclarece Cléber Ávila, da  Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste.  

Mesmo sem uma data fechada para o início das construções e previsão para que a linha férrea passe a operar, o gerente da ANTT afirma que “há um desejo  demonstrado pelos governos do DF e GO para a implantação do projeto”. 

Como se trata de um trajeto interestadual, a verba destinada à execução não foi definida, mas pode ser arrecadada por licitação, obra pública ou iniciativa público-privada. Isso será avaliado quando os estudos forem concluídos.

 Eixo importante do País

A obra é estratégica para a região. “O eixo já representa uma grande uma importância econômica e social para o Brasil. Brasília é a capital federal e polo administrativo-político. Goiânia é referência no agronegócio. Anápolis é como segundo polo fármaco e tem consolidada industria automotiva e de processamento de grãos”, entende o presidente do Metrô, Marcelo Dourado. 

O eixo Brasília–Anápolis–Goiânia tem 6,8 milhões de habitantes e   um Produto Interno Bruno de R$ 270 milhões. É o 3º maior mercado consumidor do País e, segundo Dourado, “a linha   de uso misto agrega valor  ao eixo que só perde para Rio – São Paulo”.  

Ele acredita que “a ferrovia é importante porque, além de ser para transporte de passageiros de média velocidade, o estudo provavelmente vai indicar o transporte de carga”. E  destaca que o trem é “ágil, barato, confortável, com poluição zero e terá preços competitivos”. Poderá ser o início da implementação da rede de trens regionais, que considera “fundamental para o País e já existe no mundo todo”. 

Gerente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Juliano Samôr destaca que “é uma mobilidade mais eficiente, de alta capacidade e há um grande potencial no corredor”. 

 

Por sua vez, Cléber Ávila, da Sudeco, considera que  o projeto é importante considerando diversos aspectos: “Vai fortalecer o turismo com uma  opção segura de transporte, além de diminuir a demanda de veículos na estrada. Tem, também, economia de combustível, de impactos ambientais e a criação uma nova rota para interligar as duas unidades federativas”.

 

 

 

 

 

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