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Brasília

Governo se recusa a receber caminhoneiros que estão estacionados em frente ao Mané Garrincha

Arquivo Geral

03/03/2015 18h24

Apesar das manifestações e do apoio do deputado Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina, o governo se recusou a receber os caminhoneiros, que reivindicam a redução do preço do óleo diesel, o aumento do valor dos pedágios e o baixo valor do frete.

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 100 caminhoneiros estão sendo esperados em Brasília até o fim do dia para o protesto. O grupo, no entanto, alegou que não irá fazer “buzinaço” na Esplanada dos Ministérios até que as conversas com o governo e com parlamentares estejam encerradas.

Por voltas das 16h, eles se reuniram no Palácio do Planalto, sem a presença dos deputados, para deliberar a respeito das reivindicações e chegar a um acordo com a Presidência. Pela manhã, um grupo pequeno foi recebido por deputados na Comissão de Direitos Humanos.

O deputado Valdir Colatto disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que estaria tentando uma audiência com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. “Por enquanto, estamos reunindo as reivindicações dos caminhoneiros para depois defender a pauta deles junto ao governo”, disse o deputado. “A principal reivindicação ainda é a redução do preço do óleo diesel”, afirmou.

Alceo Tramujos Neto, 41 anos, está com o caminhão parado próximo ao Estádio Mané Garrincha. Residente em Pitanga, no Paraná, dirigiu 1.318 quilômetro até Brasília. “Os deputados vieram aqui pela manhã (acampamento no Estádio) e disseram que vão apresentar uma proposta de redução do imposto do óleo diesel”, relatou. Questionado por que o movimento não tem líderes ou um sindicato que o represente, afirmou que não queria ser enganado. “Em outras ocasiões os sindicatos nos traíram. O pessoal do sindicato não é mais caminhoneiro, eles estão há anos fora das estradas”, argumentou.

Os caminhoneiros em Brasília disseram ainda que chegaram ao Distrito Federal com apoio da população das suas cidades. “A população está nos apoiando. Em Joaçaba (SC) conseguimos juntar R$ 5 mil para custear o trajeto. Quando viemos de lá para cá, a cidade parou para a nossa carreata. Foi lindo ver aquele povo todo dando apoio”, afirmou Gilberto Bandeloff, 48 anos. Segundo ele, na segunda-feira correram boatos de que eles iriam fechar as entradas de Brasília e que, por isso, a polícia iria segurar a entrada de caminhões. “Isso era mentira. Nós temos responsabilidade, não íamos travar isso aqui tudo”, disse ao apontar para o Eixo Monumental, uma via com seis faixas e trânsito intenso na capital federal. “Estamos perdendo dinheiro parados, com essas manifestações, mas perdemos mais se a gente trabalhar”, afirmou.

A PMDF informou que o Batalhão de Trânsito está de prontidão para intervir nas vias de Brasília se for necessário. Tropas de choque também estão preparadas, mas em seus respectivos batalhões, à espera de ordens. “Por enquanto está tudo tranquilo. Nada indica que haverá confusão. Conversamos com muitos caminhoneiros porque não há uma liderança e eles foram unânimes ao garantir que não vieram para bloquear vias ou causar problemas”, afirmou o tenente-coronel Evaldo Soares.

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