Da Redação, com agências
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Em reunião com o Governo Federal, sindicatos e associações que representam caminhoneiros aceitaram os termos do acordo proposto para acabar com os protestos. A sanção sem vetos da Lei dos Caminhoneiros, o não reajuste do preço do Diesel nos próximos seis meses e a facilitação de financiamento de caminhões foram algumas das propostas aceitas pela categoria.
No entanto, Ivar Luiz Schmidt, que seria representante do Comando Nacional do Transporte, não concordou. O movimento seria responsável por cerca de cem pontos de bloqueio nas estradas.
O protesto tem afetado o transporte de mercadorias em portos e rodovias brasileiras desde a semana passada. O principal motivo para a mobilização é o aumento no preço do litro do óleo diesel e o valor dos fretes, considerado baixo pela categoria.
“Há um ano o óleo Diesel era R$ 1,84. Ontem, paguei a R$ 2,79. Isso é uma vergonha!”, reclamou o caminhoneiro tocantinense Sueliton Pereira da Silva, 35, que desembarcou ontem na capital com abacaxis.
“Pessoas erradas”
Ivar Schimidt, do Comando Nacional do Transporte, alega que o governo está negociando com as pessoas erradas. Segundo ele, os ministros se reuniram com sindicatos e associações que não têm contato com os caminhoneiros que estão parados. Ontem, após o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, anunciar os termos do acordo, Schimidt disse que não foi ouvido pelo ministro e que as manifestações continuariam porque não atendem ao pleito dos trabalhadores, que é a redução em R$ 0,50 do preço do óleo Diesel.
Ele e outros cem líderes articulam a manutenção do protesto por meio de um grupo do WhatsApp. “Se o governo acha que as medidas vão acabar com bloqueios, é só esperar para ver”, disse após o anúncio de Rossetto. “As medidas do governo não atendem o movimento. A paralisação continua”, afirmou.
Já a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que participou das negociações com o governo, disse esperar sensibilidade dos caminhoneiros que estão parados. “Nossa expectativa é que a categoria se sensibilize com as conquistas e encerre o movimento”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, após o acordo.
A paralisação dos caminhoneiros já afeta o abastecimento da indústria. As cadeias produtivas do leite e das carnes foram as primeiras a sentir os efeitos do protesto. Nesta quinta-feira, já há regiões com escassez de combustível, como é o caso de cidades do norte gaúcho.