Neste momento, nossa participação no Carnaval é incerta. A programação ainda é uma grande interrogação”, afirma Jean Souza, presidente da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília. Sem verba pública para patrocinar os desfiles de rua, os presidentes e diretores dos oito blocos dizem não ter condições de bancar a festa este ano, mas apresentam alternativa para “não deixar o samba morrer”: redução das apresentações e da verba.
Para o Governo do Distrito Federal (GDF), no entanto, o cenário não mudou e não há condições de repassar verba pública.
Esta semana, uma reunião com o governador Rodrigo Rollemberg e com o secretário de Turismo, Jaime Recena, deve definir os próximos passos. Galinho de Brasília, Menino de Ceilândia, Raparigueiros, Baratona, Baratinha, Asé Dudu, Pacotão e Mamãe Taguá fariam 40 apresentações, incluindo o Grito de Pré-Carnaval, Ressaca e o Gran Folia. Por falta de recursos, a proposta é fazer apenas 16. “Reduzimos dois meses de programação a quatro dias”, lamentou Souza.
Redução da verba
Em 2014, dos R$ 12,6 milhões investidos no Carnaval do DF, pouco mais de 27%, ou R$ 3,5 milhões, foram para os blocos. Com a proposta de corte da programação, a redução da verba chega a 50%, segundo Sousa.
“Precisamos de R$ 825 mil para contratação artística, além de serviços de estrutura, que incluem banheiros, alambrados, geradores, tendas. Infelizmente, o recurso aportado pela iniciativa privada até o momento não é suficiente para cumprirmos a programação prevista”, assegurou.
A reunião servirá para “tentar viabilizar o mínimo de apresentações dos blocos tradicionais”. Com a negativa do governo, “nós faremos a reunião interna com os dirigentes dos blocos para tentar viabilizar ou não alguma programação”, revelou o presidente da Liga.
Segundo grupo, GDF afugentou patrocínios
Os organizadores do Carnaval de rua reclamaram da forma como o GDF se manifestou a respeito da falta de recursos para a realização do evento, que teria afastado o apoio da iniciativa privada. “Existe uma diferença entre dizer que não há recursos para financiar o Carnaval e dizer que não vai haver Carnaval”, ponderou o presidente da Liga.
Imposto
“Em Taguatinga, temos mais de 250 pessoas contratadas. Isso significa cachê e mais de 80% do nosso recurso, que é usado para isso. Se a gente não tem essa verba, que nada mais é do que imposto das próprias pessoas que pulam Carnaval, fica complicado”, diz Jorge Cimas, presidente do Mamãe Taguá. (J.A.)