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Brasília

Vaga por até duas horas na área central de Brasília

Arquivo Geral

31/01/2015 9h40

A criação de um estacionamento rotativo na área central do Plano Piloto é a nova proposta da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). O projeto, intitulado Brasília Zona Azul, conta com segurança, serviço auxiliar de mobilidade urbana e ações de compensação ambiental. O modelo, que já é utilizado em cidades como São Paulo (SP), visa incentivar a rotatividade de vagas em localidades com grande fluxo de veículos. 

De acordo com um levantamento feito pela ACDF, cerca de 2,2 mil  lojas comerciais do Plano Piloto estão fechadas. Isso quer dizer que 21% do comércio da região estaria desativado e o principal motivo apontado pelos comerciantes é a falta de estacionamentos nas imediações.

O presidente da Associação Comercial do Distrito Federal, Cléber Pires, afirma que o projeto já foi apresentado na Câmara Legislativa. O plano prevê a construção de estacionamentos rotativos nos setores comerciais Sul e Norte; Esplanada dos Ministérios; Bolsões; Comerciais da W3 Sul e Norte; além da ampliação para outras cidades  com déficit de estacionamentos. 

“A iniciativa é benéfica para a população pela liberdade de ir e vir sem transtornos. Poder  estacionar em um local determinado, por certo tempo, é muito útil”, afirma. 

Foco

Questionado sobre a possibilidade de o projeto desviar o foco de outros voltados para melhorias no transporte público, Pires argumenta: “Pelo contrário, faremos uma campanha pela carona solidária em diversos meios eletrônicos”.

Segundo o presidente, a sociedade não pode aceitar que a falta de fiscalização do Estado permita a obstrução das vias públicas com estacionamento irregulares. “Este projeto não onera os cofres públicos e ainda traz receitas e geração de empregos. Faltava aos outros governos o que certamente não faltará neste para concretizá-lo: boa vontade”, garante. 

Ainda de acordo com o presidente, o programa Zona Azul não modificará o projeto arquitetônico original da capital federal. “Em nada interferirá nas áreas de tombamento”, completa. 

Para alguns moradores do DF, a ideia não foi bem recebida. É o caso do lavador de carros Adenilto Guedes, 39 anos. “Acho que bagunçaria a área central. Sou a favor do rodízio – a exemplo do que já acontece na grande São Paulo, onde, de acordo com a placa, há dias específicos para os carros circularem – mas não de um estacionamento rotativo aqui. Além disso, me atrapalharia muito. Os carros que lavo na rua são meu ganha-pão”, afirma. 

Para usuários, ideia é boa

O psicólogo Jorge Kell classificou o projeto como ótimo. “Com o aumento anual da frota, projetos como este são cada vez mais necessários. Sou super favorável a colocação de quantos carros for possível embaixo da terra. Acredito que um estacionamento subterrâneo não influenciaria no tombamento da área”, comenta.

Marcela Castro, advogada, de 29 anos, também gostou do projeto. “Precisamos de mais estacionamentos, principalmente na área central do Plano Piloto. É melhor os carros estarem em locais apropriados do que largados no meio da rua, onde atrapalham o trânsito e ainda correm o risco de ser multados”, alega. 

A iniciativa

O Zona Azul funcionaria das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 13h nos sábados. O cartão azul, que serviria como uma espécie de comprovante de pagamento do usuário, autorizaria a permanência de uma hora em cada vaga. O tempo máximo de permanência máximo em uma única vaga, porém, seria de duas horas. O motorista teria a opção de trocar de vaga a cada duas horas, mas não poderia ocupar a mesma vaga o dia inteiro. 

Nos casos em que o usuário necessitasse de mais tempo na vaga, deveria parar o veículo nos bolsões do estacionamento do Parque da Cidade, onde seria aceita a permanência máxima de 12 horas, com uso de dois cartões de seis horas. 

O estacionamento do Parque deveria absorver a demanda gerada pelos automóveis dos trabalhadores locais. Atrelado ao serviço de estacionamento, seria implementado, posterioremente, o transporte dos usuários até o local de trabalho. 

O Governo do Distrito Federal informou que ainda não há proposta formalizada pela ACDF, sobre o projeto Brasília Zona Azul, junto ao GDF. Questionado sobre a previsão de implementação de projetos similares, o orgão disse que está focado na  mobilidade, especialmente no que tange o transporte público. “Não possuímos projetos para a criação de vagas no momento”. 

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