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Brasília

Obras na BR-060 tem impacto direto na segurança

Arquivo Geral

26/01/2015 7h30

Ela corta o terceiro maior mercado consumidor brasileiro, está na rota de desenvolvimento da região Centro-Oeste e é caminho diário de milhares de pessoas. A rodovia BR-060, que faz ligação entre o Distrito Federal e Goiânia (GO), está sob novos cuidados desde março do ano passado e mudanças foram e continuam sendo feitas ao longo de seus 209 quilômetros. Isso tudo será bancado pelos motoristas, que em breve terão de pagar pedágio – uma viagem simples de ida e volta entre as capitais custará  R$ 12. Em contrapartida, os acidentes após a concessão diminuíram 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número de mortes neste período também caiu.

A estimativa da Concessionária das Rodovias Centrais do Brasil S.A. (Concebra), responsável pela rodovia, é de que aproximadamente 52 mil carros passem anualmente pelos postos de pedágio de Alexânia e Goianápolis, onde as obras de terraplanagem para receber os guichês já estão em andamento. Isso deve gerar uma receita de cerca de R$ 60 milhões. O montante deve ser investido em melhorias na própria rodovia. 

A expectativa é de que as praças de pedágio sejam concluídas em junho deste ano e o valor inicial de cada tarifa pode variar de R$ 3 a R$ 3,10 por veículo leve – carretas e caminhões pagarão por eixo. Os reajustes dos preços serão anuais,  com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a cobrança também terá impacto direto nas tarifas de ônibus interestaduais. 

Passagens

Em média, aproximadamente 30 veículos de duas empresas fazem o trajeto entre as capitais todos os dias e as passagens, que variam de R$ 37 a R$ 51, podem sofrer aumento com o início das cobranças das taxas. Existe ainda a possibilidade de que os serviços de transportadoras também tenham os valores ajustados.

Investimentos são esperados por população
 
Para os motoristas, as cobranças valem se houver, de fato, investimento na rodovia. “Vai pesar no bolso. Se for contar tudo o que será pago em um ano, dá uma grana boa, mas vale a pena porque melhora muito em vários aspectos”, considera o caminhoneiro Edson Teodoro, 47 anos. 
 
Ele leva carregamentos diários de cimento de Brasília a Goiânia e, em breve, deve passar por quatro pedágios contando ida e volta. Em um ano, deve desembolsar mais de mil reais. Em dez meses de atuação da concessionária, diz sentir diferenças na pista.  
 
O empresário Germânico Monteiro, 49, vai a Goiânia oito vezes ao ano. “A pista está boa para ir e voltar e há bastante alternativas de serviço ao longo da rodovia. Com o pedágio, deve melhorar a assistência médica e mecânica e que tenha manutenção. Vale a pena pagar se tiver essas garantias”, analisou. 
 
Para o casal Carlos Lemos e Ivonete Felipe, de 68 e 60 anos, que saem de Lages, em Santa Catarina, e cruzam o País, para justificar as taxas tem de haver muito investimento na pista. “Há trechos que tem que melhorar bastante o asfalto e a sinalização. Ainda precisa de muita coisa”, diz o homem, que trabalha na estrada há 30 anos. 
 
Saiba Mais
 
Ambulâncias com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) móvel, guinchos, caminhões de combate a incêndio e de apreensão de animais, além de veículos para ronda na rodovia, integram o pacote assumido pela concessionária em setembro de 2013. 
 
A frota de veículos para atendimento na concessão conta com 24 guinchos leves, dez guinchos pesados, 24 ambulâncias, seis caminhões de combate a incêndio, seis de apreensão de animais e 29 viaturas de inspeção de tráfego. 
 
Os veículos estão distribuídos nos 1.176,5 km do trecho concedido. Os atendimentos deverão ser acionados pelo telefone 0800 060 6000. 
 
Construção de passarelas
 
A Triunfo Concebra é o consórcio ganhador do leilão de concessão. Seu contrato prevê   investimentos de R$ 7,15 bilhões ao longo de 30 anos e inclui, entre outras benfeitorias, implantação de passarelas e melhorias no acesso e travessias urbanas, o que deve favorecer moradores de Samambaia e de Santo Antônio do Descoberto, na Região Metropolitana do DF, que têm a rodovia como percurso cotidiano. 
 
É o caso do secretário Daniel Carvalho, 24. Por cinco anos, enquanto cursou faculdade, passava t odos os dias pela rodovia. “A saída de Samambaia por dentro da cidade demora bastante por causa do trânsito. Pela rodovia leva a metade do tempo, então é mais prático”, considera. 
 
Apesar de a concessão já durar quase um ano e as obras iniciais estarem praticamente concluídas, Daniel não percebeu, nos últimos doze meses, mudanças significativas para os motoristas no trecho da BR que corta a cidade. “Não vi mudança na pista ou na sinalização”, revela, mas espera que a nova configuração do trecho leve benefícios aos moradores da região.
 
O diretor-presidente da Triunfo Concebra, Odair Sanches, explica que foi realizado um estudo das três rodovias concedias, BRs 060/153/262. São 1.176,5 km de extensão de Brasília a Betim (MG) e os locais mais problemáticos foram priorizados para receber as equipes de obras.

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