Com as altas temperaturas e o baixo nível dos reservatórios, o racionamento de energia e, futuramente, de água potável, passa a ser uma possibilidade real e assustadora. Diante disso, não resta outra alternativa aos brasilienses: é preciso economizar. Apesar de uma mudança em grande escala depender de investimentos governamentais, cada um pode fazer sua parte e ajudar a modificar este quadro.
A baiana Lícia Maria Santos, de 35 anos, trouxe um negócio sustentável e inovador para a capital: um lava a jato a seco. Depois de pesquisar sobre o assunto e fazer uma série de cursos em São Paulo (SP), ela resolveu implementar a nova técnica em Brasília, com a criação da Sustentacar.
De acordo com a proprietária, em cada carro lavado a seco, são economizados até 300 litros de água. “As pessoas não acreditam, mas é possível lavar sem água e sabão. O produto que eu utilizo é a base de cera, não arranha o carro, e ainda cria uma espécie de película protetora, que faz com que o veículo demore mais para sujar. Meus clientes só lavam de 15 em 15 dias”, explica.
E se engana quem pensa que a limpeza se restringe à parte externa do veículo. “O painel, os tapetes e até os pneus também podem ser limpos com esses produtos”, diz.
Cultura
Para Lícia, parte da dificuldade do brasiliense em aceitar este tipo de serviço tem a ver com a cultura local de lavar o carro em postos de combustíveis. “As pessoas preferem perder horas em uma fila de posto a experimentar algo novo”, relata.
A empresária comenta que o maior interesse dos clientes, porém, não é o caráter sustentável, mas sim a comodidade. “Nosso serviço é delivery. Vamos à casa do cliente e lavamos o carro sem sequer tirá-lo da garagem. Percebo que isso atrai as pessoas”, acredita.
Além da lavagem, todo o material utilizado é reaproveitado – da camiseta do uniforme, feita de garrafas PET, ao panfleto de papel reciclável. “Precisamos começar a pensar de maneira sustentável em todos os setores da vida. Já fazia isso em casa, agora trouxe para o meu trabalho”, conclui.
