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Brasília

Tragédia com avião monomotor é investigada

Arquivo Geral

12/01/2015 6h00

A Aeronáutica já havia iniciado o trabalho de investigação sobre o que motivou a queda da aeronave menos de 24 horas após o acidente aéreo que tirou a vida do empresário e piloto João Henrique Baeta – filho adotivo do empresário Paulo Baeta – e de sua namorada, Maísa Santos. O avião de pequeno porte caiu instantes depois de decolar no Aeroclube de Brasília, que fica localizado em Luziânia (GO), sobre uma área residencial na Rua Padre Rosa. Outros dois passageiros ficaram feridos na colisão e seguiam hospitalizados até o fechamento desta edição.

A casa atingida pelo avião estava vazia no momento do impacto e ninguém em terra ficou ferido. O aparelho monomotor, conhecido como Carioca, tinha capacidade para quatro pessoas. Decolou do Aeroclube por volta das 17h, perdendo altitude momentos depois. O piloto João Henrique Baeta teria tentado pousar em uma rua, mas o aparelho acabou batendo em uma antena, para em seguida atingir a fiação elétrica da rua e cair.

O avião foi retirado do local do acidente na manhã de ontem e levado para um hangar no próprio Aeroclube, onde será periciado pelo Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VI).

Segundo o oficial investigador do Seripa VI, capitão aviador Vinícius Voltolini, não há prazo estipulado para que seja determinada a causa da queda do avião.

“Agora, é o momento de se coletar informações para montarmos um cenário. Não podemos descartar nenhuma hipótese sobre falhas. Nós não procuramos causas. Procuramos fatores que ocasionaram a queda”, declarou Voltolini.

 

Problemas minutos antes

Uma fonte ligada ao alto escalão da prefeitura de Luziânia afirmou que membros do Aeroclube teriam dito que o avião apresentara problemas minutos antes da decolagem. E que o piloto João Henrique Baeta havia retornado ao aeroporto para fazer reparos no motor, para só depois decolar novamente.

Poucas horas depois da tragédia, uma amiga do casal, Diná Godoy, contou à reportagem que, no momento da decolagem, foi possível ouvir um barulho diferente no motor da aeronave.

Levados para Brasília

Após o acidente em Luziânia, Rodrigo Castanheiras e Márcio Delmonte, que estavam no monomotor, foram levados para hospitais de Brasília, segundo uma funcionária do Hospital de Luziânia, por falta de estrutura. A Secretaria de Saúde do DF informou que Márcio se encontrava estável, em observação no Hospital Regional de Santa Maria no início da noite de ontem, mas que poderia ser liberado a qualquer momento.

Já Rodrigo que, de acordo com autoridades, também era piloto, está internado na unidade de Neurocirurgia do Hospital de Base, onde foi realizada uma drenagem. Ele aguarda uma cirurgia ortopédica, mas depende de sua evolução clínica, que está em estado crítico. Um novo boletim será divulgado hoje, às 10h.

O enterro de João Henrique Baeta  estava marcado para a tarde de ontem mas, segundo a administração do cemitério Campo da Esperança, precisou ser adiado. De acordo com a administração, o motivo foi justamente o corte de energia causado pelo impacto do avião, que fez com que o cartório da cidade ficasse sem luz. O documento acabou não sendo confeccionado a tempo. O velório está marcado para às 9h de hoje. Maísa Santos foi sepultada no início da noite de ontem, em Anápolis.

Condenada

Ontem, após a retirada do avião, o Corpo de Bombeiros de Luziânia liberou a entrada dos donos da casa atingida para a retirada de pertences pessoais.

A prefeitura ofereceu toda a estrutura para que a família possa fazer a mudança, colocando policiais no local para evitar saques.

Saiba mais

Um sócio do Aeroclube, que não quis se identificar, criticou a ligação feita pela imprensa entre a instituição e o acidente.

Segundo ele, cada aeronave e sua manutenção são de responsabilidade dos sócios.

A responsável pela fiscalização e regulação das aeronaves é a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O JBr. tentou contato com a agência, mas não obteve sucesso.

O gestor Norival Pereira, 59 anos, ex-funcionário da Infraero, contou que é normal pilotos fazerem manobras  sobre a cidade. Pediu rigidez nas investigações.

Em 2013, outro avião caiu em Luziânia, fazendo dois feridos.

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