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Brasília

Não falta só salário na Saúde Pública do DF

Arquivo Geral

09/01/2015 7h00

 A cada momento surge um novo problema na rede pública de saúde. Agora, os moradores do bairro Jardim Roriz, em Planaltina, denunciam o fechamento do único posto de saúde da região. Quando chegam ao local, os pacientes são orientados a procurar outra unidade.  Os médicos, por sua vez,  reclamam das condições de trabalho e da falta de medicamento. No Hospital de Base, a situação também é complicada: faltam remédios, gazes, agulhas e seringas.

No Jardim Roriz, a unidade de saúde não conta com pavimentação e a placa de identificação encontra-se praticamente ilegível. Apenas um funcionário fica no prédio e fornece informações  aos pacientes. “O posto está fechado por problemas de infraestrutura. No Natal, choveu muito e  alagou tudo. Todas as pessoas estão sendo atendidas no Centro de Saúde 2, na Vila Buritis. Os médicos e enfermeiros foram remanejados para lá”, explica.

Diante de um cenário que se prolonga há pelo menos 15 dias, muitos usuários chegam ao local em busca de atendimento, mas são recebidos com uma notícia nada agradável. “É um descaso total. As pessoas que moram no Jardim Roriz estão abandonadas. Aqui  sempre foi precário. Quando funcionava era tudo no improviso”, critica a dona de casa Denise Alves da Silva, 44 anos.

A diarista Helenita Benevides, 63 anos, é diabética e foi à unidade buscar o medicamento de uso continuo. Com a receita médica em mãos, a mulher teve de ir a outro posto para ser atendida.  “Agora, gastarei mais tempo para conseguir o que necessito. É muito difícil para a gente. Sinto que a população está largada. Não tem ninguém para cuidar do povo”, reclama.

Secretaria

Procurada, a Secretaria de Saúde informou que o posto foi fechado em dezembro do ano passado para avaliação das instalações físicas. No entanto, segundo a pasta, os serviços prestados no posto permanecem funcionando no outro centro de saúde.

Nem conta de telefone teria sido paga

No Hospital de Base, além da escassez de insumos básicos, a falta de pagamento chegou até a rede telefônica. Uma recepcionista, que preferiu não se identificar, disse que os telefones estão mudos. “Os ramais do hospital não estão funcionando. Me falaram que as contas dos telefones estão atrasadas”, relatou.

 

O hematologista Rafael Vasconcelos informou que a situação está crítica. “Não temos reagente de exame, remédios, gazes, agulhas e seringas. Os pacientes que fazem a quimioterapia estão sendo remarcados, pois não tem o remédio para enjoo”, relata.

Justificativa

Sobre a crise, a Secretaria de Saúde reafirmou que foi criado o Gabinete de Situação na última segunda-feira para identificar todos os problemas. “O gabinete está avaliando as dificuldades encontradas pela secretaria neste momento, inclusive, a gestão de pessoal e abastecimento de medicamentos e insumos”, esclarece.

Segundo o órgão, a previsão para a entrega do relatório é na próxima semana. As duas prioridades discutidas, afirma a pasta, serão o pagamento dos salários e a falta de remédios. Sobre os telefones, o órgão alegou que desconhece a situação.


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