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Brasília

Escola Classe 59 de Ceilândia pede melhorias

Arquivo Geral

21/12/2014 11h00

Há 25 anos, a Escola Classe 59, em Ceilândia, foi construída com a inicial intenção de ser provisória e funcionar por apenas cinco anos. Em 2012, o Tribunal de Contas do DF considerou a estrutura da instituição a pior do Distrito Federal e, desde então, pouca coisa mudou. 

No chão, desnivelado, há muitos buracos, que às vezes vitimam as crianças que estudam no local. “Eu já caí algumas vezes e meu caderno também molhou. Quando chove tem muita goteira”, revela Sarah Batista, de nove anos. A vice-diretora Liliane Brazil explica: “É uma escola que não tem telhado, apenas laje. Então, a água cai direto”. 

Para a próxima gestão, a vice-diretora acredita que as dificuldades serão grandes: “Tem que ver quais serão as prioridades do próximo governo, mas espero que a reconstrução da escola seja uma delas”. Até porque há o ensino integral para cem crianças no colégio, mesmo que não haja estrutura para isso. “Não temos refeitórios ou salas ambiente. Sala de informática, só se o professor levar, porque não existe um monitor”, enumera Brazil.      

Metas

Para a educação, o governador eleito tem cinco projetos, que envolvem ampliação da cobertura, implementação da educação integral em tempo integral, com promoção de projetos pedagógicos, envolvimento familiar e comunidades,  aumento da eficácia da alfabetização e reduzir repetência, distorção idade-série, evasão e abandono. Também está incluída a valorização de profissionais do setor.

Estudantes devem ser o foco

O Distrito Federal teve queda na qualidade de ensino da rede pública. No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a nota atribuída às escolas distritais nas séries finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º anos) passou de 3,9, em 2011, para 3,8  em 2013 – a meta estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC) era de 4,1. Este será um dos principais desafios que devem ser encontrados por Rodrigo Rollemberg (PSB), a partir do próximo do dia 1º de janeiro. 

“Na educação, o  desafio é estrutural. A qualidade do que temos não é boa e os resultados representam isso”, diz o especialista em Educação Afonso Galvão, fazendo referência não apenas ao Ideb, mas também às condições ambientais, violência entre alunos e professores e a desmotivação e despreparo dos profissionais. 

“O novo secretário tem um problema enorme nas mãos, que só vai conseguir resolver se tiver um projeto educacional que tenha como centro de interesse o estudante em todas as fases. Isso deve ser discutido com toda a sociedade”, aponta Galvão. 

Este projeto, de acordo com o especialista, deve ser desenvolvido “com base em metas realistas de aprendizagem, privilegiando principalmente a educação básica, que é a mais caótica”.

Estrutura precária

Os jovens Filipi e Priscila Miranda, de 13 e oito anos, estudam no Centro de Ensino Fundamental 1, de Itapoã. O garoto conta que “tem muita cadeira quebrada, que nem dá para sentar direito. A quadra de esportes é cheia de buracos e às vezes me machuco. Os professores faltam demais e ficamos do lado de fora da sala de aula e, quando chove, molha a sala inteira”. 

Para a mãe, Nalice Miranda, 35 anos, tudo é novidade: “Eu não sabia disso”. No entanto, ela diz saber bem o que deve ser desafiador para Rollemberg e sua gestão da capital. “Vejo que o ensino é fraco, os professores não são valorizados e isso interfere na educação. Falta muita coisa”, entende. 

Para Galvão, não houve um projeto do Estado para a educação com uma proposta centrada em objetivos educacionais. “Ficou tudo meio improvisado. Não houve reflexão profunda de quais metas queremos atingir em dez anos, por exemplo. Também faltou eficiência de planejamento e de execução”, entende. 

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