O Ministério Público do DF vai apurar a conduta de quatro policiais civis da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) para com o ex- diretor nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais da Presidência da República, Carlos Alberto Santos de Paulo. O denunciante suspeita que tenha sido vítima de abordagem discriminatória.
Carlos Alberto, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), conta que, na última sexta-feira, passava na altura da QI 23 do Lago Sul quando uma equipe em viatura descaracterizada – veículo GM Astra – determinou que ele saísse do balão para passar.
De acordo com relato do pesquisador, ele só tomou conhecimento de que os ocupantes eram policiais depois que eles ligaram a sirene e exigiram que encostasse o carro.
Sob a mira de duas armas, ele desceu do carro com a mão na cabeça. “Perguntei o que houve. Eles disseram: ‘Quem você pensa que é?”’, conta. “Pegaram minha Carteira de Habilitação e puseram no meu rosto porque estava vencida há menos de um mês. E usaram isso como argumento para me punir”, detalha.
Ele foi à unidade policial dos agentes para registrar ocorrência contra eles. Mas alega que teria sido novamente agredido pelo trio e mais outra agente que estava no balcão. “Eles me algemaram, tomaram meu telefone celular e não me deixaram falar com ninguém por duas horas”, denuncia.
De acordo com Carlos Alberto, um delegado de plantão viu a cena e perguntou por que ele estava algemado. “Mas depois disse que aquele procedimento era normal em abordagens. Além disso, não registrou minha ocorrência contra os policiais”, revela.
No Instituto de Medicina Legal (IML), afirma, o médico se negou a fazer exames toxicológico e de alcoolemia. Além disso, não o submeteu à perícia de comprovação de lesão corporal. “Queria comprovar que eu não estava bêbado”, afirma.