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Brasília

Diagnosticada com Leucemia, descendente de japoneses luta por um doador

Arquivo Geral

27/11/2014 8h00

Fabiana Ikeda de Oliveira, ativista social, 37 anos, foi diagnosticada com  Leucemia Linfóide Aguda no mês passado. Para se livrar da doença, ela precisa fazer um transplante de medula óssea, por meio de um doador que seja 100% compatível – oriental ou descendente, como ela. Este é considerado o único meio de sobrevivência.  Hoje, segundo dados do  Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), 113 pessoas, entre japoneses, coreanos e chineses, aguardam um doador. Para ajudá-la na caminhada, familiares e amigos lançaram uma campanha no Facebook.

Cansaço e pequenas manchas no corpo eram os principais sintomas que Fabiana apresentava, antes de descobrir a doença. “Achei que fosse estresse. A médica pensou que pudesse ser fibromialgia, por conta das dores que eu sentia no corpo”, conta. Quando ela voltou ao médico, o laboratório que fez o exame de sangue entrou em contato para afirmar que havia alteração nos glóbulos brancos. “Eu fiz todos os exames, há um ano, e não tinha nada. A doença é muito rápida e agressiva”, conta. A  data da descoberta da doença de Fabiana é a mesma em que a mãe recebeu o mesmo diagnóstico, há três anos. No entanto, ela sobreviveu somente por 24h depois da confirmação. 

Apesar de ser brasileira, Fabiana tem genética 100% japonesa, pois os avós maternos e paternos nasceram naquele país. Somente 3,44% dos doadores cadastrados são orientais ou descendentes, somando 117,3 mil pessoas. 

Miscigenação

A compatibilidade com orientais independe de origem, cor ou raça, mas a probabilidade é maior entre orientais de raça amarela. 

“O problema é que no Brasil a população é miscigenada”, explica o médico hematologista Alexandre Hirayama. “As chances serão  maiores de encontrar doadores 100% compatíveis”, garante o especialista. 

Campanha em prol da cura
 
A iniciativa de amigos e familiares em prol da luta da ativista social pela sobrevivência chama a atenção da população sobre o assunto. Intitulada  “Você Pode Salvar Fabiana Ikeda”, a campanha também pretende auxiliar outros portadores da doença espalhados pelo mundo. “Além de ajudar a Fabiana, a ação interfere na vida de outras pessoas que dependem do transplante para sobreviver ”, relata o marido  Daniel Oliveira, 39 anos. 
 
Fabiana tem recebido palavras de apoio de internautas espalhados pelo País. “Estou muito feliz com a campanha. Isso fortalece muito. Eu até estava um pouco descrente do mundo”, ressalta. Para ela, o mais difícil é ficar longe dos filhos Gabriel, 14, e Tarsila, 9. “Eles continuam indo à escola, mas nos vemos mais aos fins de semana”, lembra. 
 
Depois de 40 dias internada, ela passou quatro dias da última semana em casa. “A experiência foi incrível. Quando vim pra cá (hospital), Brasília estava seca. Agora, quando saí, vi flores espalhadas pela cidade”, conta. “A vida é hoje, e  não  amanhã”, complementa o marido, Daniel.
 
Probabilidade
 
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a probabilidade de encontrar um doador compatível no Brasil é de um para cada 100 mil pessoas. O procedimento do transplante de medula é rápido e não traz riscos. Geralmente, a coleta das células-tronco é feita por meio de uma veia do braço. No mesmo dia, a pessoa é liberada, com atestado médico.
 
Como ser doador
 
1 – Fazer o cadastramento é  bem  rápido. Vá ao Hemocentro de Brasília, localizado no Setor Médico Hospitalar Norte, Quadra 3, Bloco A.
 
2 – Uma pequena amostra de 5 a 10ml será colhida. Não haverá custos.
 
3 – Se o seu DNA for compatível com o da Fabiana ou com de outra pessoa, você fará uma avaliação  para analisar a   saúde, e logo poderá realizar a doação e ajudar.
 
4 – Se  tiver alguma dúvida, acesse os sites  www.fabianaikeda.com,  www.inca.gov.br e  www.facebook.com/ajudefabiana. O telefone do Hemocentro é   (61) 3327-4447.
 
Saiba Mais
 
A Leucemia Linfóide Aguda é um tipo de câncer do sistema sanguíneo, não hereditário. 
 
Com a doença, o paciente sofre um dano nas células precursoras da medula óssea e células doentes começam a se proliferar. Os glóbulos vermelhos diminuem e vários sintomas aparecem. 
 
Entre os sintomas estão fraqueza, febre e manchas roxas pelo corpo.

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