Para Daniel Vieira, chef de cozinha, os food trucks surgiram em Brasília para se tornar parte da estrutura urbana da cidade. “Dificilmente você vai ver tendas ou grandes estruturas de som. A gente pode montar e desmontar tudo em questão de uma hora”, diz o idealizador do Food Camp, evento cuja terceira edição reuniu, ontem, cerca de duas mil pessoas no espaço Net Live, no Setor de Hotéis e Turismo Norte.
Ele e seus sócios, o cabeleireiro Felipe Pimenta e o DJ Alex Maraskin, acreditam que o importante é “dialogar com a cidade”. “Gostamos de fazer o evento de dia, para as famílias, e ocupar os espaços públicos”, explica Alex. “Queremos promover eventos sensoriais, que aproveitem os espaços dos parques e do Lago”, completa Felipe.
Em vez do cenário mais bucólico e com abundância de verde do Parque da Cidade, o local escolhido aproximou quem compareceu do Lago Paranoá. Mesmo com céu nublado e ameaça de chuva, houve quem praticasse stand up paddle e até se arriscasse a nadar na água gelada.
Os amigos Carolina Motta, bancária de 32 anos, e Luciano Rego, também bancário, 42, aproveitaram o horário do almoço para levar seus respectivos filhos ao evento, iniciado por volta das 11h. A mulher, mãe dos gêmeos Pedro e Julia, de sete anos, teve contato com os food trucks pela primeira vez. “É legal que as crianças também conheçam algo novo”, disse.
Luciano também exaltou a experiência inovadora para ele e os filhos Julia, de 7 anos, e Rafael, de 5. “Gostei, pois há uma parte coberta. Estando com crianças, não é bom ficar exposto à chuva”, elogiou.
Dentre os 16 trucks, além dos que ofereciam corte de cabelo e cerveja artesanal, havia churros, tapioca, pastel, arroz carreteiro, hambúrguer e outras variedades. A entrada custou R$ 5 e várias barraquinhas aceitavam cartões. A ideia do evento surgiu depois que o chef Daniel Vieira teve sucesso com a iniciativa Chilli na Rua, em que levava uma mesa a um ambiente externo e oferecia o serviço.
Saiba mais
Um dos locais onde os food trucks mais ganharam popularidade foi na França. Por lá, alguns restaurantes abriram franquias “móveis” para atender à demanda.
Na cidade de São Paulo, os food trucks se tornaram oficiais com uma lei municipal, o que profissionalizou esse tipo de serviço. Por lá, há cerca de 80 restaurantes móveis.