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Brasília

Mães de alérgicos procuram apoio na internet

Arquivo Geral

24/10/2014 7h00

Apesar de pouco conhecida, a Alergia às Proteínas do Leite de Vaca (APLV) é uma das  mais comuns entre crianças com até três anos de idade. Para se ter uma ideia, estima-se que uma em cada 20 crianças tenha alergia ao leite de vaca, suas proteínas e derivados. Isso significa que entre 2% e 3% das crianças nessa faixa etária precisam seguir uma dieta rigorosa, que faz com que apresentem dificuldades para ganhar peso e altura. Na luta contra a doença, a internet tem se revelado uma grande aliada. Por meio dos sites especializados e das redes sociais, pais e familiares tiram dúvidas, dão sugestões e discutem a melhor forma de lidar com os problemas de seus filhos. 

A dona de casa Gislene Rosiele Carvalho, de 33 anos, descobriu cedo a alergia do filho Elton, de dois anos e cinco meses. Ela conta que começou a suspeitar de alguns sintomas que o pequeno apresentava. 

“Ele tinha um ano e meio quando começou a ter diarreias e apresentar dificuldades para ganhar peso. Desconfiei e o levei ao pediatra, que achou que fosse intolerância a lactose.  Até que no início desse ano resolvi levá-lo a outra médica, que pediu a mensuração da imonoglobulina (IgE) e constatou que ele tinha APLV”, afirma. 

Dieta rigorosa

Desde o diagnóstico, em maio deste ano, o menino tem seguido uma dieta com restrições alimentares severas. “Ele não pode ingerir nada que contenha leite de vaca, proteína do leite ou soro”, diz a mãe. 

Para tentar manter os hábitos alimentares do filho, Gislene tenta fazer com que o garoto não precise deixar de consumir alimentos dos quais gosta por conta da alergia. “Faço pizza e pão de queijo especial. E quando  ele precisa mesmo comer fora,  ligo antes no serviço de atendimento ao consumidor para saber se determinado produto tem leite ou derivados”, relata.

Ajuda

A mulher conta a importância da internet e das redes sociais na busca por informações sobre o problema do filho. “Participo de dois grupos no Facebook, o Trocando Dicas Sobre APLV e o Mães na luta contra o APLV. Muitas coisas sobre a alergia eu descobri lá. Isso porque a doença ainda é pouco difundida e há muitos médicos inseguros sobre o tema. Diante disso, a internet se torna nossa principal aliada”, afirma. 

Mãe também precisa fazer dieta

Em busca de informações sobre a doença do filho,  diagnosticado com APLV com apenas três meses, a advogada Christiane Nóbrega, de 38 anos, também recorreu à internet. “O Samuel começou a apresentar baixo ganho de peso, sangue nas fezes, dermatite e irritabilidade. Assim que o levamos ao pediatra ele foi diagnosticado com alergia ao leite de vaca. Como ele só mamava, o médico pediu que eu suspendesse a amamentação por um período para fazermos um teste. Assim que ele voltou a mamar os problemas reapareceram”, lembra.

Como o bebê se alimentava exclusivamente de leite materno, a mãe é que teve que fazer dieta. “Quando comecei com a dieta restritiva percebi que os rótulos não eram confiáveis e que as empresas não se preocupavam em fazer o controle dos traços (resquícios de leite no maquinário das indústrias) e senti necessidade de dividir essas informações com pessoas que passavam pelos mesmos problemas”.   

Foi nessa época que Christiane resolveu abrir um grupo para discussão do tema no Facebook. A adesão das pessoas foi surpreendente. “Começamos com menos de 50 pessoas e hoje já são mais de 400 seguidores. Como alguns médicos não estão muito familiarizados com o assunto, a internet, os sites especializados e as redes sociais ajudam muito”, conclui.

Ponto de vista

A médica especialista em Alergia e Imunologia Loraine Farias Landgraf explica que a APLV acontece quando o organismo desenvolve anticorpos contra o leite de vaca. “As proteínas que costumam provocar alergias são a caseína e a lactoglobulina”. Mas não basta simplesmente substituir o leite de vaca pelo leite de outros mamíferos

Por isso, existem os leites especiais, os chamados leites hidrolisados de aminoácidos. “Apesar do custo alto, eles são uma boa opção”, diz ela.

Saiba mais
 
Os interessados em conhecer mais sobre o problema, podem acessar o site www.alergia aoleitedevaca.com.br. Ali, há informações sobre a doença, dicas para os pais, compartilhamento de receitas e um campo onde é possível tirar dúvidas com uma nutricionista, com garantia de obter uma resposta em até três dias úteis. 
 
O  site www.poenorotulo.com.br, que traz uma cartilha sobre alergias e  informações da batalha para tornar a descrição dos produtos obrigatória, também é recordista de acessos.

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