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Brasília

Pesquisa aponta que 70% dos jovens mortos do DF são negros

Arquivo Geral

23/10/2014 20h21

No Distrito Federal e em 12 municípios da Região Metropolitana do DF, 70% das mortes entre jovens são de negros, a maioria por homicídios. Os dados, preocupantes, estão no estudo Jovens Negros e Não Negros – Mortalidade por Causas Externas na AMB: 2000-2012, divulgado nesta quinta-feira (23) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

O estudo analisou a evolução da mortalidade, considerando as causas externas, particularmente os homicídios e acidentes de transporte terrestre nas populações negra e não negra, entre 15 e 29 anos de idade, para os municípios da Área Metropolitana de Brasília (AMB), constituída pelo Distrito Federal e por 12 municípios goianos: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.

“A partir do conhecimento dessa realidade, sabendo os motivos pelos quais se dão as mortes, é possível avançar, criar ou monitorar as políticas públicas para mudar essa realidade”, destacou a coordenadora da pesquisa, Lucilene Cordeiro.

Dados – A pesquisa apontou que, entre 2000 e 2012, o número de óbitos no conjunto de municípios estudados aumentou cerca de 41,7%, e passou de 11.288 para 15.991. O volume de mortes na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) passou de 2.716 para 4.683, o que representa um aumento de 72,4%.

Todos os dados apontam que os jovens negros morrem mais e correm mais risco de morte por homicídio ou acidente que os não negros. Entre 2000 e 2012, enquanto entre os jovens de 15 a 29 anos negros a proporção de mortes aumentou em todos os municípios da AMB, entre os não negros houve redução.

Segundo a Codeplan, no período estudado, o número de óbitos por causas externas de jovens negros foi de 12.367, enquanto entre os não negros foi de 2.270 mortes.

Quando o assunto é risco de morte, a diferença também se destaca. De 2010 a 2012, na população entre 15 e 29 anos ele foi de 1,64 para cada mil jovens. Entre os municípios da Periferia Metropolitana de Brasília, esse risco foi de 2,44 mortes para cada mil. Luziânia apresentou a maior taxa para a população negra: 4,21 por mil jovens. A maior diferença entre negros e não negros foi observada em Santo Antônio do Descoberto. Lá, a chance de um negro vir a morrer por causas externas é 4,2 vezes maior.

Em Águas Lindas de Goiás, o risco de um jovem negro morrer por homicídio é 15,6 vezes maior que para um não negro da mesma idade. Na Cidade Ocidental,  as chances são 9,9 vezes maiores, e no Novo Gama, 8,5.

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