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Brasília

Três adolescentes são baleados em frente a escola, em Santa Maria

Arquivo Geral

21/10/2014 15h14

No início da tarde desta terça-feira (21), por volta das 12h, três adolescentes foram baleados na porta do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 209, em Santa Maria. Embora o crime tenha ocorrido em frente a escola, apenas uma das vítimas, uma garota de 13, era aluna. A princípio, acredita-se que ela não tinha envolvimento com o crime. Os outros dois, rapazes de 13 e 14 anos, não estudavam na instituição. Ambos tinham diversas passagens pela Delegacia da Criança e do Adolescente e, segundo a 33ª Delegacia de Polícia, estavam envolvidos com os disparos. Um terceiro rapaz, de 17 anos, é suspeito de participar da troca de tiros e está foragido. A escola manteve os portões fechados ao longo da tarde e as aulas foram suspensas.

Terror

Assim que a troca de tiros se iniciou, policiais militares próximos ao CEF 209 correram para o local. Além de encontrarem os três baleados, avistaram dois jovens fugindo de bicicleta. Os agentes tentaram alcançar os suspeitos, mas não conseguiram. As vítimas foram socorridas logo após os disparos pelo Corpo de Bombeiros e pelo SAMU e levadas ao Hospital Regional de Santa Maria. 

A estudante de 13 anos, atingida de raspão, e um dos suspeitos permanecem no hospital para procedimentos cirúrgicos. O outro adolescente foi transferido para o Hospital Regional do Gama. Ainda não se sabe quem efetuou os disparos e quantos estavam envolvidos na tentativa de homicídio. A 33ª DP afirma que até cinco pessoas podem ter participado do crime.

Gangues

A tragédia é mais uma consequência de brigas entre gangues, que tem ocorrido com frequência em Santa Maria na disputa pelo poder no tráfico de drogas. A população acaba sendo vítima dessa violência. Quando o episódio ocorreu em frente ao CEF 209, J.A. não estava em casa. Morador do local há 16 anos, ele desabafa que ocorrências como essas são constantes. “Malandro fica aqui direto. A gente fica até com medo de sair de casa”, diz.

Vítima de roubo, a adolescente M., de 17 anos, estudou no CEF 209 no ensino fundamental e afirma que assaltos na porta das escolas acontecem todos os dias. Atualmente, a estudante cursa o ensino médio da CEF 310 e confessa que lá é ainda pior. “Já fica uma galera do lado de fora ou na esquina esperando a gente”, explica M.

O diretor da Centro de Ensino Fundamental da QR 209 há dois anos, professor Augusto Freire diz que está cada vez mais difícil lidar com o alto índice de criminalidade no local, onde o efetivo de policiais é pequeno e insuficiente para atender à população. Os assaltos e crimes com arma de fogo têm acontecido não só na CEF 209, mas em várias outras escolas de Santa Maria. “É um pesadelo. A gente está pedindo socorro para as autoridades de segurança”, desabafa Freire. Ele espera que o Estado tome alguma providência e implante políticas públicas de segurança eficientes e que haja um trabalho preventivo para coibir crimes.

Educação como combate

A violência tem sido um desafio direto para a educação, segundo o diretor. Pais e alunos pedem auxílio à escola quando são vítimas de alguma violência ou crime e, por isso, o corpo docente interrompe as atividades para amparar essas pessoas. Apesar dos empecilhos, o colégio busca avançar em projetos pedagógicos e tem obtido sucesso. Em 2013, um estudante foi premiado com medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática e, neste ano, outro aluno foi campeão de xadrez no Distrito Federal. A CEF 209 funcionará normalmente amanhã. Os estudantes do matutino serão liberados às 10h por conta da baixa umidade, alertada por autoridades no local.

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