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Brasília

Ceilândia representa o DF em competição

Arquivo Geral

02/10/2014 7h30

Estudante de escola pública do Setor O, em Ceilândia, Ana Carolina Alves de Souza, 17 anos, deixou para trás possíveis barreiras sociais e desbancou todos os concorrentes da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), promovida pela Universidade de São Paulo (USP). Agora, ela se prepara para disputar o torneio nacional, que será promovido no Rio de Janeiro entre os próximos dias 19 e 22.

A prova  foi aplicada na manhã do dia 22 de agosto, mas a boa notícia só veio exatamente um mês depois.  Superada a ansiedade para conhecer o resultado, Ana Carolina ficou surpresa com a classificação. “Foi maravilhoso. Eu não esperava que iria para a final e também não acreditava que ficaria em primeiro lugar, porque concorremos com alunos como os do Colégio Militar, eles ganham tudo”, brinca.

Escola

Ana participou de diversos concursos, mas nunca havia chegado à etapa final. Ela diz que sempre gostou de se dedicar aos estudos, mas o empenho aumentou quando  ela concluiu o Ensino Fundamental e passou a estudar no   Centro de Ensino Médio 9 (CEM 9). 

“Já no primeiro ano eu me classifiquei para segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Uma professora me chamou para participar do projeto Matemática Todo Dia, que  aprofunda os conteúdos e prepara os alunos para segunda fase da olimpíada. Eles nos ensinam diversas coisas novas, que não são cobradas”, revela.

As notas em exatas começaram a melhorar e o desempenho foi reconhecido por meio de uma menção honrosa. Depois, os professores indicaram outras competições. “No segundo ano, após estudar muito, eu consegui a medalha de bronze na Obmep”, comemora.

Com o apoio dos professores, Ana Carolina descobriu  o prazer em estudar. Ela teve de abrir mão de  alguns momentos de lazer para conseguir se dedicar, mas mesmo com todo o trabalho,   garante  que sobra tempo para se  divertir. “Acredito que valerá a pena a dedicação. No futuro, todo o meu esforço será recompensado. Quero cursar Engenharia Mecatrônica na UnB e futuramente estudar nos Estados Unidos”, conta.

Base acadêmica é aliada
 
A conquista de Ana Carolina pode ter sido motivada pelo incentivo encontrado na escola onde estuda.  Para ela, o Centro de Ensino 9 de Ceilândia parece ser uma instituição diferente das demais. O diretor José Gadelha explica que a abordagem da escola é distinta, mas a essência é a mesma. “Os professores e as famílias são focados no aluno”, afirma.
Para melhorar o ensino, os profissionais se candidatam para ser voluntários e dar aula no sábado ou após o expediente durante a semana. “Há aulas em todos os turnos, aqui o trabalho é integral. Duas coisas na educação sempre funcionam: aluno estudando e professor dando aula”,  destaca.
 
Como o educador trabalha na mesma escola há quase 30 anos, o vínculo estabelecido com os alunos é intenso. “Muitos dos estudantes de hoje são filhos dos meus antigos alunos, isso faz com que todos tenham um bom relacionamento. Temos uma grande articulação com os familiares ”, frisa.  
 
Ele destaca que o clima na instituição é de paz. “Não temos problemas com os educadores. Eles são motivados e nosso quadro de funcionários é estável. Driblamos as adversidades do corporativismo da educação e fazemos um bom trabalho. Conseguimos transformar a paixão pelo esporte na paixão pelo conhecimento”, conclui. 
 
saibamais
 
A OBR  é uma das olimpíadas científicas brasileiras apoiadas pelo CNPq que utiliza-se da temática da robótica para estimular os jovens  às carreiras científico-tecnológicas, identificar   talentos e promover   atualizações no processo de ensino. A OBR busca adequar- se tanto ao público que nunca viu robótica quanto àquele que já tem contato com a área.
 

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