Aproximadamente 50 mulheres e meninas do Varjão que participam do projeto Dançar é pra quem quer, da professora e dançarina Thais Padma, vão dar uma mostra do que aprenderam durante quase cinco meses de aula. Com direito a figurino completo e maquiagem, elas se apresentam neste domingo (28), no Centro Cultural de Brasília (CCB), na 601 Norte, às 19h30. A entrada custa R$ 3 mais um quilo de alimento ou brinquedo.
A ideia de Padma era levar movimento e autoestima para as mulheres do Varjão por quatro meses. Inicialmente, ela ensinaria a milenar arte para 20 alunas três vezes por semana. Mas devido à grande procura – que surpreendeu a professora – mais de 50 alunas entraram na dança e as aulas passaram a acontecer também aos sábados. O projeto durou um mês a mais que os quatro previstos.
Exclusivo para moradoras do Varjão, o Dançar é pra quem quer contou com patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. As aulas eram gratuitas e aconteciam no Centro de Convivência do Idoso. As alunas têm entre 4 a 83 anos. O encerramento do projeto contará ainda com a participação do Grupo Ayuny e do Corpo de Baile do Instituto de Cultura Árabe Brasileira (Icab).
“Foi uma experiência maravilhosa. É muito gratificante ver a autoestima das meninas crescendo”, conta Padma. Para ela, existem diversas formas de usufruir das maravilhas que o corpo é capaz de oferecer. “Uma das minhas preferidas é dançar”. Por isso, ela resolveu compartilhar a sua experiência com mulheres que dificilmente teriam a oportunidade de frequentar aulas de dança do ventre. E o melhor: perto de casa e de graça.
Durante as aulas, Padma percebeu que dúvidas e receios com relação ao próprio corpo permeavam a cabeça de muitas alunas. Mas a professora lembra que “não existe o corpo certo ou errado, e cada um deve se sentir bem e encontrar o prazer em viver no corpo que é seu”.
Experiência – Formada em educação física, Thais Padma é professora de dança do ventre desde os 16 anos. Ela fez uma turnê de um ano e seis meses dançando em países árabes como Líbano, Dubai, Abu Dhabi e Bahrain. De volta ao Brasil em 2013, Padma sentiu a necessidade de passar para frente o aprendizado adquirido ao longo dos anos e intensificado durante a viagem. Especialmente, para as pessoas que teriam menos chance de acesso à dança. Foi daí que surgiu a ideia do projeto no Varjão.
“Foi um divisor de águas na minha vida. Eu sabia que ao voltar para o Brasil minha rotina teria que ser diferente, principalmente, a minha relação com a dança. Enquanto no exterior a dança era performance, palco, público, aqui ela é, sobretudo, arte, cultura e educação”, relata.
Durante cinco anos, Padma deu aulas regulares para funcionárias e servidoras da Universidade de Brasília (UnB). Ela recorda que as alunas mais interessadas eram justamente as que tinham os menores salários, moravam mais longe, e tinham poucas oportunidades de praticar alguma atividade física ou artística. “É o tipo de trabalho que me estimula e revigora. É um prazer ver a transformação que a dança proporciona a vida dessas mulheres”, conta.
Dança – A dança do ventre tem sua origem em regiões do oriente médio e da Ásia como Antigo Egito, Babilônia, Mesopotâmia, Índia, Pérsia e Grécia. Seus movimentos eram utilizados em rituais de fertilidade capazes de ajudar as mulheres na hora do parto. O início da prática também é comumente relacionado aos rituais primitivos dedicados à Grande Mãe.
Os movimentos sinuosos, repletos de rotações e ondulações, trazem uma série de benefícios para a saúde, como o enrijecimento da musculatura, melhora da flexibilidade e aumento da resistência física. Além de elevar a autoestima, a coordenação motora e combater o estresse, também é eficaz no alivio de cólicas, ajuda a regular o ciclo menstrual e melhora o funcionamento do aparelho digestivo e rins.
Serviço
Apresentação de encerramento do projeto Dançar é pra quem quer, com moradoras do Varjão
Onde: Centro Cultural de Brasília (CCB), SGAN 601 – Módulo “B” Asa Norte – Brasília
Quando: Domingo, 28 de setembro, às 19h30
Ingressos: R$ 3,00 mais um quilo de alimento ou brinquedo