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Brasília

Queimadas: busca por uma solução

Arquivo Geral

22/09/2014 7h20

O ditado indica: onde há fumaça, há fogo. Para os moradores do Park Way,  as constantes queimadas na região resultam em uma série de transtornos. Segundo eles, o problema é crônico e atinge a saúde da população durante todo o ano, principalmente  as crianças. 

 A queimada mais recente foi registrada ontem à tarde nas quadras 15, 16 e 17. O  Corpo de Bombeiros  disponibilizou seis viaturas, cinco por volta das 16h e uma às 18h. Entretanto, segundo os próprios moradores, o fogo começou no fim da tarde do sábado e destruiu um terreno equivalente a 12 campos de futebol. 

Queima de lixo

Além do período de estiagem, os proprietários asseguram que a falta de uma campanha que oriente os chacareiros quanto aos riscos de atear fogo nos terrenos para limpar a área é decisiva para o aumento das queimadas, assim como o despreparo   no combate ao fogo. 

“Se não houver uma conscientização de todos e os bombeiros não combaterem o chamado incêndio subterrâneo, o problema nunca terá solução. Estou há   anos sofrendo com isso e essa semana, inclusive, minha neta de três anos foi parar no hospital com asma”, desabafa a esteticista Maristella Tokarski,   60.

Os problemas não param por aí.  A tradutora Margarete Ziccardi, 60 anos, vizinha da Maristella, afirmou que em uma das ocorrências teve que custear a gasolina da bomba dos bombeiros, equipamento capaz de controlar o fogo. Mas, segundo ela, esse transtorno é mínimo se comparado aos vividos pela família. 

“Minha filha teve que sair de casa para   morar na Asa Norte com uma amiga, pois não aguentava viver com essa fumaça. Já o meu filho dorme todas as noites com um pano úmido no rosto. É uma ameaça à nossa qualidade de vida e às casas”, conta.

  Incômodos como tosse, garganta irritada e ardência nos olhos também afetam a auxiliar de serviços gerais Luiza Duarte, 35, e o filho Felipe, 5. “Além de não conseguir dormir por causa da fumaça, hoje (ontem) estamos sem energia, pois o fogo destruiu tudo”, lamenta. 

Risco à vegetação preocupa

O problema das queimadas no Park Way não preocupa apenas pelo fato de piorar a saúde dos moradores, mas também por ameaçar uma vegetação importante para a região, como as espécies Xaxim, Buriti, Cagaita, Gabiroba, Copaiba, entre tantas outras. 
 
Segundo a esteticista Maristella Tokarski, o Park Way e a Vargem Bonita são separados pelo Córrego do Mato Seco, que pertence a uma mata de dez quilômetros de extensão. “Agora, a nossa mata possui apenas um quilômetro e meio de área verde, tudo vem sendo consumido pelos focos de incêndio durante anos. Estamos todos desesperados com essa situação”, acrescenta. 
 
O servidor público Ricardo Uema, 38 anos, também demonstra preocupação. “Na minha casa, temos uma horta grande e toda a plantação está ameaçada”, conclui.
 
Ainda assim, os bombeiros garantem que a situação está sob controle e que a corporação possui toda a estrutura necessária para combater  as queimadas do DF, com dois aviões e dois helicópteros equipados para qualquer tipo de situação. No entanto, assumem que a demanda é muito grande, principalmente, no período da seca intensa em Brasília.  
 

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