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Brasília

ONG que trabalha com atividades culturais no Gama corre o risco de fechar as portas

Arquivo Geral

19/09/2014 7h20

Difundir a cultura e desenvolver talentos são o objetivo da Companhia Lábios da Lua, uma organização comunitária do Gama. Mas se por um lado sobra força de vontade, por outro faltam recursos para dar continuidade aos projetos.  O grupo tem procurado diversas formas para poder arrecadar fundos e conseguir manter as atividades, que vão de aulas de música a alfabetização de adultos, entre muitas outras. 

Fundada em 1992, a companhia surgiu como  uma organização não-governamental (ONG) criada por produtores culturais, artistas e professores da região do Gama. A sede, localizada no Lote 16 da Quadra 4 –  Setor Sul – conta com espaço para exposições, biblioteca, uma parede para escalada e uma sala que pode servir de cinema e de apresentação de peças de teatro. A trajetória  de sucesso, com a promoção de diversos eventos, pode ser interrompida caso a companhia não consiga apoio para se manter.

Verba

Segundo o gerente da ONG, Gilmar dos Santos,   50 anos, há quatro anos a Lábios da Lua não recebe nenhum tipo de dinheiro ou apoio do governo ou de empresários, o que dificulta a execução, prosseguimento ou uma possível ampliação dos projetos. 

“Antes nós recebíamos verba por meio de emendas parlamentares e editais, mas há quatro anos isso não ocorre mais”, explica Gilmar. 

O investimento recebido anteriormente era repassado pela Secretaria de Cultura. Procurada, a pasta alegou que a companhia participou do edital de 2010, vindo a receber a verba em 2011, mas depois disso  não participou mais dos editais.

Hoje, o principal objetivo da Lábios da Lua é buscar parceiros que apoiem a ideia e ajudem a manter o espaço. A estimativa é de que as despesas mensais girem em torno de R$ 3,5 mil. “São gastos com aluguel, água, luz, telefone, internet e material de limpeza. Coisas básicas e que estamos com dificuldades de custear”.

Nos últimos anos, a ONG tem se mantido com o dinheiro dos próprios voluntários e de doações pontuais. A crise   se reflete inclusive no número de colaboradores. “Nossa equipe conta com aproximadamente 12 pessoas, mas perdemos aliados nessa caminhada, pois não tínhamos como garantir o mínimo para que eles trabalhassem”,  diz.

Ações  estão programadas

O risco de fechar as portas se tornou algo tão próximo da realidade da companhia que os envolvidos estão trabalhando em maneiras de coletar recursos, entre eles  o pedido de colaboração dos frequentadores. “São R$ 20 que pedimos, mas sabemos que muitos frequentam o espaço não têm condições de fazer  isso. Por isso, quem quer ajudar arrumando o ambiente, organizando algumas coisas, será e é muito bem-vindo”, conta Gilmar. 

Algumas ações para arrecadar fundos começaram mês passado e outras estão agendadas. Em outubro, por exemplo,  será promovido um bazar, entre os dias 7 e 12. Além disso, um sarau será organizado no dia 4, com artistas da região.

Gilmar Santos, que está há dez anos na ONG, descreve as oficinas oferecidas pelo grupo. “Nossas duas principais oficinas são as aulas de teatro e de violão, são as que mais atraem a comunidade. Porém, em todas as modalidades temos turmas, das aulas de desenho às aulas de alfabetização”, comenta. 

O parceiro da entidade  Geovane Batista, servidor público de 44 anos, é morador da região do Gama e avalia a importância de um espaço como a ONG Lábios da Lua para as comunidades mais carentes: “É um espaço onde as pessoas podem se desenvolver artisticamente. É muito enriquecedor, precisamos de mais iniciativas como essa”, defende ele.

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