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Brasília

Calor e umidade baixa contribuem com queimadas e afetam saúde

Arquivo Geral

02/09/2014 7h30

De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), pode chover a qualquer momento. Nunca uma chuva foi tão aguardada em Brasília. Afinal, foram 34 dias de intensa seca. A estiagem deixou de prontidão a Defesa Civil. O órgão declarou na semana passada estado de alerta, devido aos baixos índices da umidade relativa do ar. 

Moradores de Sobradinho e Planaltina afirmaram que choveu nas duas regiões ontem.  Mas não foi suficiente para amenizar os efeitos do clima seco e a temperatura voltou a incomodar os brasilienses. Apesar de a umidade ter aumentado – 33% contra 26% de domingo -, a sensação térmica levou muita gente a se refrescar.

Mesmo debaixo de um sol escaldante, o servidor público Lindebergue Nunes, 50 anos, que é maratonista entre uma jornada de trabalho e outra, manteve o treino na pista de corrida do Parque Nacional. Para ele, o período de estiagem rigoroso da capital federal serve para adaptação em outros países. “Quem vive aqui leva vantagem para correr em lugares também quentes. O clima daqui é bastante parecido com o da África, por exemplo. Onde fui disputar uma maratona em junho e me saí bem devido aos treinamentos aqui”, afirma ele, que, mesmo acostumado, disse que sente os efeitos do calor. 

Outro brasiliense que também aproveita a época da seca no DF para se preparar para competições esportivas é o árbitro de futebol da Federação Brasiliense Rodrigo Raposo, 35, morador de Vicente Pires. “Brasília é atípica. Vou apitar jogos da série C em várias cidades, com climas diversificados. Os jogos são sempre às 16h. Então, treino entre 10h e 16h para me preparar”, disse. 

Não são apenas as pessoas que sofrem com a falta da chuva. A vegetação é alvo de incêndios florestais. Conforme o Corpo de Bombeiros, em agosto, foram registrados 1.321 focos, quase a mesma quantidade de ocorrências atendidas pela corporação no ano todo: 1.354. A área consumida equivale a mais de 3 mil campos de futebol. 

Setembro também promete ser de devastação para a flora  brasiliense. Logo no primeiro dia, foram 70 queimadas.

Fogo no Parque do Guará e em matagal

Um dos maiores focos registrados ontem ocorreu na Floresta Nacional. Seis equipes do Corpo de Bombeiros tentavam controlar o fogo que atingiu a reserva durante toda a tarde. Além disso,  um helicóptero, um avião de combate a chamas e seis caminhões-pipa – cinco da Novacap e um do Exército foram mobilizados no combate. 

Outro foco também foi registrado no Parque do Guará – área de preservação ambiental, entre o Setor de Indústria e o Guará –, e um matagal próximo à Cidade do Automóvel estavam em chamas desde o início da tarde. 

Segundo a corporação, os incêndios começaram por volta do meio-dia em ambos os locais. Seis viaturas foram deslocadas para o Guará. Na Cidade do Automóvel, dez viaturas e um helicóptero combatiam o incêndio. 

Após uma avaliação das variações climáticas, a Secretaria de Proteção e Defesa Civil do Distrito Federal declara o Estado de Alerta, em razão da existência de situação anormal, caracterizada pela baixa umidade e o tempo seco, que requerem maior atenção da população com os cuidados com a saúde.

De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na terça-feira passada, a umidade chegou aos 18%, na quarta-feira (27), atingiu 17% e hoje o índice foi repetido. Ainda segundo o Inmet, a tendência é de que as condições climáticas permaneçam em níveis prejudiciais à saúde humana.

Saiba mais

Durante o estado de alerta, estão  suspensas, em todas as unidades de ensino da rede pública do Distrito Federal, quaisquer atividades físicas ao ar livre, entre 10h e 17h.

Nas instituições em que forem percebidos sinais de agravo à saúde, como tosse, falta de ar, mal-estar, a Defesa Civil também recomenda a suspensão das atividades, mas a decisão de liberar funcionários ou estudantes fica a cargo dos estabelecimentos e seus diretores.

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