Aumenta em mais de 100% a média de apreensões de maconha, crack e LSD no Distrito Federal. Para a polícia, as estatísticas demonstram a eficiência na repressão aos entorpecentes. Já para alguns especialistas, o resultado expõe a fragilidade das políticas de combate aos narcóticos.
De acordo com os dados da Secretaria de Segurança, entre janeiro e 25 de agosto, foram retiradas mais de 3 toneladas de maconha, 338kg de crack e 777 microsselos de LSD.
No mesmo período do ano passado, foram apreendidas mais de duas toneladas de maconha, 228kg de crack e 546 microsselos de LSD. A maior variação foi a desta última droga, chegando a 236,4% de aumento de apreensões.
Para o delegado-chefe da Coordenadação de Repressão às drogas (Cord), Rodrigo Bonach, os números mostram a eficiência das polícias Militar e Civil no combate ao tráfico. Segundo ele, o DF não tem a característica de produzir droga. Os entorpecentes chegam de outras unidades da federação, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E a droga cultivada nestes estados atravessa a fronteira com outro países. “É preciso que o Brasil pressione os outros países da América do Sul a incentivar o combate à produção de drogas”, afirma.
Usuários
O presidente da Comissão de Ciências Criminais da Ordem dos Advogados (OAB-DF), Alexandre Queiroz, analisa que as apreensões mostram que uma forma de combate seria o tratamento dos usuários. “É uma questão de saúde pública. Mostra que a política de combate não é eficiente para o controle”, afirma.
Outro fator apontado pelo especialista é o debate sobre a legalização das drogas.
Saiba mais
Enquanto a Câmara e o Senado apreciam a matéria sobre a legalização da maconha, a venda e o porte continuam sendo considerado crime. A pena mais severa é para as pessoas que traficam. O tempo de reclusão pode chegar a 15 anos.
