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Brasília

Estelionatário é preso após fraudar mais de dois milhões de reais

Arquivo Geral

29/08/2014 18h10

Foto: Fábio SettiSuposto estelionatário, suspeito de fraudar mais de R$ 2 milhões, foi preso ao tentar aplicar golpe em uma agência bancária no Núcleo Bandeirante, na Avenida Central, próximo a delegacia. O homem usava uma farda roubada de um cabo da Aeronáutica e estava concluindo o golpe no momento da prisão. O flagrante ocorreu na tarde desta sexta-feira (29).

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a quadrilha há cerca de um mês e conseguiu neutralizar a ameaça no momento do golpe. “Quando fizemos a abordagem, todas as TEDs – transferência eletrônica disponível – já estavam prontas, faltava apenas executar o procedimento bancário”, conta o delegado Victor Dan, responsável pela 11ª Delegacia de Polícia, do Núcleo Bandeirante.

Atuação

O suspeito, que se identificava como Cabo Da Silva, quase conseguiu concluir a transferência de R$ 176 mil da conta de um servidor público, João Ferreira Silva, para sua quadrilha. Com ele foram encontrados documentos e um aparelho celular. A polícia acessou o dispositivo e encontrou uma foto de pilhas de dinheiro. O delegado acredita que este montante pode pertencer a quadrilha, afinal eles movimentavam muito capital em seus golpes.

Segundo a polícia, Cícero Flávio Rodrigues, de 27 anos, usava uma procuração legítima, feita em Catalão (GO), para transferir todo o dinheiro da conta da vítima escolhida. “Ele se identificava na agência e apresentava o documento, que dava todos os poderes ao portador, com isto pronto, transferia todo o valor para as contas de seus associados”, explica o delegado. 

Trecho da procuração apresentada na agência bancária nesta sexta-feira (29) demonstra o poder do documento.”Com poderes especiais para representar o outorgante junto a Caixa Econômica Federal de Brasília, com o fim especial de movimentar a conta poupança 79****-*, agência 06**, operação 013; podendo para tanto, emitir, endossar e descontar cheques; requisitar talões de cheques; solicitar saldo; extratos de contas; efetuar depósitos e retirar, pagamentos; assinar”.

Ainda de acordo com a polícia, o suspeito contava com informações “privilegiadas”, pois sabia que a conta teria capital para poder ser transferido ou sacado. Além da informação, o Cícero Flávio conseguia procurações legítimas para consumar o fato. Todos estes elementos estão sendo investigados pela PCDF.

Até o momento a polícia identificou apenas dois integrantes do grupo, que já estão presos, mas continua a investigação para identificar os outros membros da quadrilha. Segundo o delegado da 11ªDP, Cícero assumiu a autoria das ações, mas afirmou trabalhar sozinho. Entretanto, esta hipótese foi descartada, pois o crime era visivelmente estruturado . “O estelionatário confessou o crime, mas nega fazer parte de uma associação criminosa”, relata o delegado.

Cerca de R$ 2 milhões

A quadrilha atua há mais de seis meses em três estados brasileiros. Os integrantes do grupo conseguiram fraudar mais de R$ 2 milhões em bancos públicos e privados em Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal.

Semana passada, eles conseguiram fraudar R$ 450 mil de uma conta poupança em um banco no Sudoeste. Em julho, roubaram R$ 505 mil de uma conta de uma agência na Ceilândia. No mesmo mês, em Anápolis, fraudaram R$ 165 mil.

A PCDF está fazendo um levantamento de todos os crimes praticados pelo grupo. Para concluir a investigação, será necessário a integração entre as polícias dos demais estados afetados pelos golpistas.

Ficha criminal

Na 11ª DP, o suspeito foi autuado em flagrante pelos crimes de uso de documentos falsos, associação criminosa e estelionato, podendo pegar até 15 anos de prisão. A ficha criminal do estelionatário é extensa. Ele responde por porte de arma de fogo, estelionato e tráfico de drogas.

Parceira presa

No começo de agosto, Denise Silva Forlim, de 30 anos, natural de Camboriú (SC), foi presa na cidade de Catalão (GO) após aplicar um golpe de R$ 100 mil em uma agência bancária da cidade. As informações foram cruzadas pela polícia e foi constatado que ela fazia parte da quadrilha investigada. Toda a estrutura do crime – procuração, transferência, dentre outros elementos – era idêntica a fraude cometida por Cícero.

Saiba mais

O Delegado recomenda que todas as pessoas atualizem seus dados nos bancos e se houver qualquer transação suspeita deve registrar o boletim de ocorrência nas delegacias do DF.

 

 

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