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Brasília

Tabagismo: vício letal a ser apagado

Arquivo Geral

29/08/2014 7h20

O tabagismo é um vício que atinge todas as camadas sociais do mundo. No Distrito Federal, não seria diferente e cerca de 300 mil brasilienses são dependentes do cigarro, ou seja, 10,34% da população.  Em razão da grande quantidade de fumantes, foi criado o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, que é comemorado no dia 29 de agosto. A média de óbitos por dia no DF é de oito pessoas nos centros hospitalares.

O morador do Gama Marcelo Henrique, de 22 anos, trabalha como vendedor. Ele relata a dependência e a necessidade que o cigarro cria em sua vida. “O vício é muito grande. Quando estou nervoso, tenho que fumar pra relaxar”, conta. 

Conscientização

Para lembrar a data, muito importante para a mudança da realidade de saúde brasileira, a Secretaria de Saúde (SES-DF) realizará, hoje, um evento na Estação Central do Metrô, na Rodoviária do Plano Piloto, das 8h30 até as 12h30.

O intuito da ação é sensibilizar os usuários quanto aos riscos que o tabaco pode causar e ajudá-los no tratamento.

O Núcleo de Controle ao Tabagismo, da SES-DF, informou que realizará diversos testes nas pessoas que forem à estação de Metrô e também serão realizadas campanhas educativas. “Além de aferir pressão e glicemia, vamos verificar o teor de monóxido de carbono nas pessoas. Com isto podemos verificar o dano do cigarro na corrente sanguínea”, explica o médico Celso Rodrigues, coordenador do Núcleo.

Qualidade de vida

A aposentada Vera Almeida, moradora do Guará I, de 51 anos, fumou por 20 anos em sua vida, mas há 12 conseguiu largar o vício. “Desde que parei de fumar tudo mudou. O paladar, o olfato, a pele e até a disposição para fazer as coisas do dia dia. Se soubesse que era tão bom parar de fumar, teria largado o vício bem antes”, desabafa.

No País há 20 milhões de fumantes (9,89% do total da população). São cerca de 200 mil mortes por ano (23 pessoas por hora) por causa do cigarro, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Prejuízos graves à saúde

O hábito de fumar produz vários  riscos à saúde, como, por exemplo, a fragilidade no sistema cardiovascular – infarto, complicações no sistema respiratório, derrame cerebral, doenças crônicas –, além de cânceres de boca e de pulmão.

Segundo o médico Celso Rodrigues, o fumante que escolhe largar o tabagismo consegue ter uma melhora significativa já nos primeiros dias sem o hábito nocivo. Mas só em dez anos a pessoa está completamente livre dos efeitos colaterais das substâncias do cigarro. 

“Quando a pessoa para de fumar, ela sente a melhora nas primeiras 48 horas, no sistema respiratório e cardíaco. Em cerca de cinco anos, os riscos de infarto e derrame, provocados pelo tabaco, acabam. E após dez anos sem fumar, os riscos do câncer, provocado pelo fumo, terminam”, contextualiza o coordenador do Núcleo de Controle ao Tabagismo, da Secretaria de Saúde.

Campanhas contra o fumo dão resultado

A Secretaria de Saúde (SES-DF) realiza campanhas educativas desde 1996. A diminuição na quantidade de fumantes é surpreendente. Há 28 anos, a população era de 1.821.946 habitantes. Desse montante 36% fumavam, ou seja, 655.901 pessoas. Já em 2014, a população é de cerca de 2,9 milhões e uma em cada dez pessoas fuma.

Nesses quase 30 anos, a população do DF cresceu cerca de 59%. Entretanto o número de fumantes reduziu 45,73%. Se a mesma estatística de 1996 fosse a realidade dos dias de hoje, teríamos cerca de 1,044 milhão de fumantes.

De acordo com o Núcleo de Combate ao Tabagismo da SES-DF, há um imenso progresso no trabalho educativo de redução na quantidade de fumantes na capital federal. 

Dados do Programa de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer no DF mostram que até 2013 mais de 15.593 fumantes iniciaram tratamento nos centros de saúde da rede pública para abandonar o cigarro. Desse total, cerca 68% (10.603 usuários) pararam de fumar.

“Uma grande decisão”

Para a advogada Raquel Aguiar, de 25 anos, moradora do Setor de Mansões do Lago Norte, ter largado o vício foi extremamente importante. “Senti muitas diferenças quando parei de fumar, mas dei uma engordadinha. Porém, minha pele, meu apetite, meu sono melhoraram consideravelmente. Essa foi uma grande decisão”, relata.

Saiba mais
 
A arrecadação tributária do cigarro representa apenas 33% do custo investido para reparar o dano causado pelo fumo.
Há 75 centros de apoio espalhados pelo DF. Caso queira parar de fumar e precise de mais informações, ligue para 3346-5770 ou para o Disque Saúde 136.

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