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Brasília

A triste realidade de um ciclista brasiliense

Arquivo Geral

31/07/2014 17h00

As bicicletas são o futuro do transporte consciente, mas ainda são tratadas com pouco respeito. Cerca de 430 quilometros de ciclovia foram construídos, mas não parece ser suficiente para garantir a segurança dos ciclistas. Só este ano, onze ciclistas já morreram nas vias do Distrito Federal.

Mariana Ferreira dos Anjos, 34 anos, moradora da Asa Norte, vai para o trabalho pedalando todos os dias e acha muito complicado trafegar nas vias. “Andar no meio dos carros é muito perigoso. Já perdi uma amiga que pedalava na cidade. Para andar no trânsito tem que ter muito cuidado e proteção divina”, desabafa.

“A falta de ciclovias é o principal obstáculo. Isso gera um desconforto muito grande para nós que temos que enfrentar os carros”, explica Gabriel Amaral, de 24 anos, morador de Taguatinga, que relata sua dificuldade para pedalar no Distrito Federal.

De acordo com Ana Júlia Pinheiro, diretora do Rodas da Paz, a lei brasileira define a bicicleta como um veículo, mas não a trata como tal. “O grande problema no trânsito ciclístico no DF é a falta de ligações entre as regiões metropolitanas”, relata. Neste contexto, o ciclista é obrigado a dividir as vias com os veículos maiores, que não os respeitam. “A vida não é o parâmetro para o Governo”, conclui.

Acidentes

Mesmo com os onze ciclistas mortos e outros feridos em acidentes nas vias do Distrito Federal, o número de acidentes diminuiu significativamente. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) divulgou um balanço comparativo entre os anos de 2003 a 2013. Foram 69 ciclistas mortos contra 27 vítimas, respectivamente. Uma redução de 39% nos acidentes fatais.

Neste período, as cidades com mais mortes foram Ceilândia (35), Planaltina (33), Samambaia (25) e Taguatinga (22). Porém, os acidentes não ocorrem apenas nas zonas urbanas, nas rodovias há uma grande quantidade de mortes. A EPCT é a pista mais perigosa do Distrito Federal com 47 acidentes fatais, seguida da DF 290, com 18 mortes, DF 180, com 14 vítimas, Epia e EPCL, ambas com 10 mortes.

Ciclovias

As ciclovias no Distrito Federal possuem a extensão de 430 quilômetros. Segundo o Departamento de Estrada e Rodagem (DER), responsável pelas obras nas rodovias, os trechos de ligação entre as cidades estão sendo providenciados. Estão sendo concluídas mais 140 km de pistas exclusivas aos ciclistas. As obras na DF-150 – entre ao Balão do Torto e Colorado – estão em fase de finalização e um processo de licitação para obras no trecho da DF-463, próximo a São Sebastião, será concluído em breve.

De acordo com o Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), este ano foram concluídas obras em cinco regiões metropolitanas. Ceilândia, Guará, Paranoá, Recando das Emas e Santa Maria possuem mais de 100 quilômetros de ciclovias. A Novacap informou que há o planejamento para implantação de mais 229 km nas demais cidades do Distrito Federal.

Leia mais na edição desta sexta-feira (1º) do Jornal de Brasília.

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