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Brasília

Agressão no shopping: testemunha ouvida contradiz réus

Arquivo Geral

26/07/2014 10h00

“A vítima foi empurrada e, em seguida, Matheus lhe deu uma garrafada. Matheus e Yago desferiram socos em Lucas, que caiu e  os dois acusados passaram a lhe desferir chutes, inclusive na região da cabeça”. O trecho foi extraído do depoimento do segurança Alberto Alves Júnior ao Tribunal do Júri de Brasília. 

O processo analisa a culpa de dois jovens  acusados de espancar o professor de educação física Lucas Silva Lopes Xavier, 27, em fevereiro deste ano, na entrada do shopping Pier 21. Tudo porque a vítima não gostou quando um deles urinou na porta do banheiro.  

A  Justiça ouviu outras duas testemunhas e   os réus Yago Barboza Ferreira da Silva, 21, e Matheus Phanta Junges da Silva, 20. Os dois foram indiciados por tentativa de homicídio triplamente qualificada e estão presos. O funcionário presenciou o espancamento. Alberto disse ter visto Yago e Matheus consumindo  bebida alcoólica na entrada do shopping. 

Yago e Matheus apresentaram uma versão diferente. O primeiro explicou que  o banheiro estava muito cheio e, por isso, terminou urinando na porta. Segundo ele, a vítima teria se dirigido de forma agressiva a Yago, ameaçando “quebrá-lo” caso caísse uma gota de urina perto dele. Ao encontrar com Matheus, teria contado a ele sobre a ameaça. 

Yago relatou que, enquanto os dois conversavam,  a vítima se aproximou e o empurrou. “Matheus, então, tomou um susto e desferiu um murro”, disse. Yago garantiu que o professor não caiu. Apenas agachou e tentou pegar as pernas dele. 

Para se defender, Yago afirmou que “o afastou com as pernas e desferiu um chute”. Porém, não admitiu que eles estavam bêbados. Disse  apenas  que   encontravam-se “alegres, pois haviam bebido apenas três latas de cerveja”.

Excesso de bebida alcoólica
 
Matheus, por sua vez, relatou que “a única agressão que desferiu contra  Lucas foi o soco”. Quanto a Yago, ele afirmou que o viu desferindo um chute na cabeça da vítima.  Em outro trecho, admitiu que “ele (Yago) estava louco em decorrência da bebida alcoólica que havia ingerido”. Mas que não lembra se o chute que a vítima levou ocorreu num momento em que ela estava caída ou apenas agachada.
 
Os dois acusados afirmaram que, em nenhum momento, tiveram a intenção de matar o professor e que apenas tentaram se defender dos ataques da vítima. Eles alegaram que souberam do estado de saúde do professor na delegacia. Lucas teve traumatismo cranioencefálico e hematoma intracraniano. Ele chegou a perder parte do movimento dos braços e das pernas. Apresento ainda diminuição da força muscular na parte esquerda do corpo. 
O processo está na fase de instrução penal, na qual o juiz toma os depoimentos dos envolvidos e das testemunhas e analisa as provas juntadas. Após a instrução, o magistrado decidirá se pronuncia ou não os réus para julgamento pelo júri popular.
 
Memória
 
O fato envolvendo Lucas Silva Lopes Xavier ocorreu em um domingo. Amigos disseram que a agressão ocorreu quando um colega foi ao banheiro e a deixou a vítima sozinha.
 
“A gente não sabe o que aconteceu”, disse um amigo de Lucas à época. O rapaz foi encontrado caído no chão.

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