“A vítima foi empurrada e, em seguida, Matheus lhe deu uma garrafada. Matheus e Yago desferiram socos em Lucas, que caiu e os dois acusados passaram a lhe desferir chutes, inclusive na região da cabeça”. O trecho foi extraído do depoimento do segurança Alberto Alves Júnior ao Tribunal do Júri de Brasília.
O processo analisa a culpa de dois jovens acusados de espancar o professor de educação física Lucas Silva Lopes Xavier, 27, em fevereiro deste ano, na entrada do shopping Pier 21. Tudo porque a vítima não gostou quando um deles urinou na porta do banheiro.
A Justiça ouviu outras duas testemunhas e os réus Yago Barboza Ferreira da Silva, 21, e Matheus Phanta Junges da Silva, 20. Os dois foram indiciados por tentativa de homicídio triplamente qualificada e estão presos. O funcionário presenciou o espancamento. Alberto disse ter visto Yago e Matheus consumindo bebida alcoólica na entrada do shopping.
Yago e Matheus apresentaram uma versão diferente. O primeiro explicou que o banheiro estava muito cheio e, por isso, terminou urinando na porta. Segundo ele, a vítima teria se dirigido de forma agressiva a Yago, ameaçando “quebrá-lo” caso caísse uma gota de urina perto dele. Ao encontrar com Matheus, teria contado a ele sobre a ameaça.
Yago relatou que, enquanto os dois conversavam, a vítima se aproximou e o empurrou. “Matheus, então, tomou um susto e desferiu um murro”, disse. Yago garantiu que o professor não caiu. Apenas agachou e tentou pegar as pernas dele.
Para se defender, Yago afirmou que “o afastou com as pernas e desferiu um chute”. Porém, não admitiu que eles estavam bêbados. Disse apenas que encontravam-se “alegres, pois haviam bebido apenas três latas de cerveja”.