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Brasília

Padrasto é suspeito de matar menino

Arquivo Geral

31/03/2014 15h45

A Polícia Civil expediu mandado de prisão temporária contra Dyrell Dicson Menezes Xavier, 25 anos. O rapaz, professor de artes marciais, é suspeito de matar o enteado Miguel Estrela Massena, de um ano e 11 meses. O crime ocorreu na última quinta-feira (27), em Vicente Pires.

De acordo com a polícia, a mãe do menino, Gabrielli Baptista Estrela, 23 anos, deixou ele com o padrasto e o meio-irmão de 4 anos – filho de Dyrell – e saiu. Cerca de 40 minutos depois, ela recebeu uma ligação do marido. Segundo ele, a criança teria caído e estava desacordada. 

Miguel foi levado para o Hospital Anchieta, em Taguatinga, com convulsões. Lá, a equipe médica identificou um traumatismo craniano e acionou a polícia. Um laudo preliminar apontou que a lesão foi causada por uma ação contundente, o que indica que o garoto teria sofrido uma agressão externa. Na manhã de sábado (29), o garoto faleceu após uma parada respiratória. 

O casal prestou depoimento na 38ª Delegacia de Polícia na sexta-feira (28). De acordo com a delegada Tânia Dias Soares, a hipótese de queda foi descartada, tanto pelo laudo, tanto pelos depoimentos de testemunhas. Ela explica que o garoto não apresentava lesões visíveis, mas o laudo apontava traumatismo craniano grave. “Uma lesão muito grave e que não deixou vestígios. O exame indica que o causador do trauma seria um fator externo, por uma força extrema”, afirma a delegada.

Durante o depoimento, o padrasto do garoto reforçou várias vezes a hipótese de queda e afirmou que “manteria a sua versão até o fim”. Foi quando a polícia suspeitou de que havia algo errado. Segundo ela, Dyrell em nenhum momento foi acusado de ter batido no garoto, mas mesmo assim, negava que isto tivesse ocorrido. Além disso, um familiar da vítima teria afirmado que o garoto ultimamente rejeitava o padrasto. “Ela disse que teve que ficar com a criança, três dias antes do ocorrido, porque ela não queria voltar para casa”, conta a delegada.

O filho de Dyrell, de 4 anos, foi encaminhado para perícia. O exame constatou algumas lesões pelo corpo do garoto. O menino teria contado a mãe que sofreu agressões por parte do pai. Ele será ouvido, pela delegacia especializada, como testemunha do crime. 

Abuso sexual

O laudo preliminar do Instituto Médico Legal indicou também uma fissura anal, mas não indicou a causa da lesão. A delegada Tânia Dias afirma que ainda é cedo para considerar um suposto abuso sexual. “Esta lesão pode ter sido causada por qualquer coisa. Até mesmo uma prisão intestinal. É preciso aguardar resultados para afirmar que houve abuso”, explica. O laudo deve ficar pronto em 15 dias.

Até o momento, Dyrell é suspeito apenas de ter matado Miguel. “Nós temos todos os indícios de que houve um homicídio doloso e o padrasto é o principal suspeito”, afirma a delegada. “Pela natureza da lesão, pela a força que teria sido aplicada, e até mesmo com uma certa técnica, já que não deixou nenhum vestígio externo, acreditamos que foi o padastro o autor do crime. Até porque, ele estava sozinho com a criança”, completa Tânia.

Foragido

Desde a noite de sexta-feira (28), Dyrell está desaparecido. Ele também não compareceu ao enterro do enteado, que ocorreu no domingo (30). A delegada afirma que ele já foi convocado para prestar depoimento novamente, mas que não compareceu. Os familiares também não sabem do paradeiro do rapaz. Como a polícia já expediu mandado de prisão temporária, Dyrell é considerado foragido. A delegada disse que está preparando também o indiciamento do rapaz.

Dyrell pode responder por homicídio doloso, além do suposto abuso sexual. A pena para o crime de homicídio é de 12 a 30 anos de reclusão.

 

 

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