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Mundo

Cidadã francesa comparecerá à Justiça iraniana no sábado

Arquivo Geral

11/01/2010 0h00

O tribunal revolucionário iraniano retomará no próximo sábado o processo contra a cidadã francesa Clotilde Reiss, detida em 1º de julho do ano passado e acusada de participar das grandes manifestações populares contra a reeleição do presidente, Mahmoud Ahmadinejad.

“O tribunal fixou 16 de fevereiro como data para prosseguir com o processo”, afirmou hoje seu advogado, Mohammad Ali Mahdavi Sabet, citado pela agência local de notícias estudantil “Isna”.

Reiss, de 24 anos, já compareceu à Justiça iraniana pela primeira vez em 16 de agosto do ano passado durante uma das primeiras audiências do julgamento em massa empreendido contra mais de uma centena de ativistas da oposição reformistas, acusados como ela de mobilizar e participar de um complô articulado no exterior para derrubar o regime.

Segundo a imprensa iraniana, durante sua primeira declaração perante a Justiça, a cidadã francesa aceitou as acusações e pediu perdão ao povo iraniano.

Pouco depois, Reiss foi libertada ao pagar uma fiança de 200 mil euros e desde então vive abrigada na residência do embaixador francês em Teerã à espera da sentença final.

Reiss não foi convocada novamente pelo tribunal até 16 de outubro do ano passado, data em que depôs mais uma vez perante a Justiça antes de retornar à residência diplomática.

A jovem, que realizava um trabalho de pesquisa na Universidade de Isfahan, foi detida em 1º de julho do ano passado no aeroporto internacional Imame Khomeini quando estava para voltar à França.

As autoridades iranianas a acusaram de espionagem por ter enviado informações sobre as manifestações na cidade central do Irã a uma pessoa da embaixada francesa na capital iraniana e a sua família por e-mail.

Em 13 de junho do ano passado, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas do Irã para protestar contra a reeleição de Ahmadinejad, que a oposição reformista qualificou de fraudulenta.

Na violenta repressão das mobilizações, 30 pessoas morreram – segundo números oficiais – e 72 de acordo com o cálculo dos opositores.

Além disso, cerca de 4 mil pessoas foram detidas, uma centena das quais continuam presas e enfrentam uma série de julgamentos que a oposição definiu como “um enigma”.

O Poder Judiciário iraniano condenou mais de 80 pessoas a penas de vários anos de prisão, e inclusive ditou pelo menos cinco penas a morte.

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