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Brasil

Funcionários da Santa Casa de São Paulo protestam por atraso de salários

Arquivo Geral

27/03/2015 13h27

Médicos, enfermeiros, profissionais da saúde e funcionários da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo fizeram um protesto na manhã de hoje (27). Eles reivindicam o pagamento de salário e décimo terceiro (com as respectivas multas por atraso), que não foi feito no fim do ano passado devido à grave crise financeira por que passa a instituição.

Pelo menos 120 manifestantes, segundo estimativa dos sindicatos, percorreram as dependências da entidade e promoveram uma panfletagem. O ato durou 36 minutos e foi um repúdio à proposta da direção do hospital, que sugeriu o pagamento dos valores devidos parcelados em 36 vezes. “Nós não aceitamos isso, em 36 meses dá R$ 100 [por mês] e as dívidas dos trabalhadores, em que correram juros, não daria para serem pagas em 36 meses. Seria inadmissível aceitar”, disse Anuska Pitunci, uma das diretoras do Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Seesp).

Ela acrescentou que alguns funcionários receberam o décimo terceiro e o salário de dezembro, mas outros não. O sindicato não soube informar quantos deles ainda estão sem receber. “A gente pediu a relação nominal do trabalhador, setor que trabalha, e se recebeu o valor do salário. Faz mais de três meses que pedimos, para realmente saber o montante que é devido a cada um, mas até agora nada”. Na Santa Casa trabalham 600 enfermeiros.

Segundo Anuska, representantes das entidades sindicais dos profissionais de saúde formaram uma comissão, por intermédio da Superintendência Regional do Trabalho, para acompanhar a venda de um prédio, que é de propriedade do hospital. O imóvel, avaliado em RS 60 milhões, foi colocado à venda para ajudar a liquidar as dívidas trabalhistas da entidade. Ela conta, porém, que o prédio recebeu apenas uma oferta, no valor de R$ 40 milhões, que não foi aceita. A comissão funciona por 30 dias, avaliando as negociações entre a diretoria do hospital e possíveis compradores.

Os enfermeiros não descartam uma paralisação. Ontem (26), os médicos fizeram uma assembleia quando rejeitaram a paralisação, pois isso poderia comprometer a assistência à população. A categoria decidiu esperar o prazo de 30 dias para avaliar a evolução da venda do imóvel.

Péricles Batista, diretor do Seesp, teme que profissionais sejam demitidos. “As demissões estão sendo voluntárias, as pessoas estão pedindo as contas pelas péssimas condições de trabalho e sobrecarga, falta de insumos. Tudo isso tem acontecido aqui dentro. A maior prejudicada é a população”, declarou.

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