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Brasil

Martinho, Alcione e Neguinho da Beija-Flor completam data especial na Sapucaí

Arquivo Geral

16/02/2015 18h51

Martinho da Vila não é muito ligado a datas de aniversário. Devagar, devagarinho, e, por acaso, deu-se conta de que em 2015 faz 50 anos que deixou a ala de compositores da escola Aprendizes da Boca do Mato, no Lins de Vasconcelos, onde morava e era grande campeão nas disputas de samba. Foi quando foi para a Unidos de Vila Isabel, no bairro feito famoso por Noel Rosa.

“Não tinha pensado nisso até que a presidente da Vila (Elizabeth Aquino) me falou que foi em 1965 que cheguei, quando conversávamos sobre os componentes mais antigos. Lembro que fui muito bem recebido. A Vila é encantadora, quem vai lá já vira Vila”, contava o sambista nascido em Duas Barras (RJ), na sexta-feira (13), antevéspera do desfile. Dessa vez, ele viveu uma emoção sem par: a neta Dandara Ventapane estreou como primeira porta-bandeira da escola.

Como Martinho, outros dois bambas completaram data especial na Sapucaí. Alcione, na Mangueira, e Neguinho da Beija-Flor, na Azul e branca de Nilópolis, celebraram 40 carnavais vestindo exclusivamente as cores de suas agremiações.

Neste ano, a cantora maranhense de 67 anos veio num carro que homenageou as damas que fizeram a história da Mangueira, no enredo sobre a mulher brasileira, e acabou queimando o pé numa lâmpada. Saiu da pista numa cadeira de rodas. O incidente não abalou a sua confiança numa boa colocação da escola. Nem a chuva que perdurou por toda a apresentação. “Não atrapalhou, não”, sentenciou, no caminho para o atendimento médico.

Neguinho, que tem 65 anos e uma trajetória bem-sucedida como compositor de sua escola, festejava antes do carnaval. Único intérprete da Sapucaí a não cobrar para puxar o samba – “Se alguém tivesse que pagar, seria eu à Beija-Flor”, declarou antes do carnaval -, ele mandou o seu “Olha a Beija-Flor aí, gente!” num clima de retorno às origens. Ele está de mudança de volta para a Baixada Fluminense, deixando para trás a zona sul da capital, onde vive com vista para o mar.

Aos 77 anos, Martinho, que desfilou como maestro (de batuta na mão) da música popular no desfile em homenagem ao maestro Isaac Karabtchevsky, no alto do último carro da Vila, superando o medo de altura, não se dizia nervoso sequer com a estreia da neta. Ela vem de experiências como porta-bandeira mirim e na segunda divisão.

Dandara, que tem 22 anos e é bailarina nos shows da tia Mart’nália, assumiu o posto quando a titular, Natalia Pereira, machucou o joelho.

“Sou positivo, nunca penso que alguma coisa vai dar errado. O nervoso mesmo é só na apuração, na quarta-feira (18): esse é o dia ruim para o sambista. E meu pessoal é todo assim, a gente não esquenta, não”, brincou Martinho, com a serenidade pela qual é conhecido.

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