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Brasil

Suspeito confessa que matou Donati

Arquivo Geral

12/09/2014 22h45

As polícias Civil e Militar de Goiás prenderam no final da tarde de ontem um suspeito de matar João Antônio Donati, 18 anos, em Inhumas, na região metropolitana de Goiânia. A polícia investiga se houve motivação homofóbica para o crime, já que o corpo do rapaz, assumidamente homossexual, foi achado com hematomas no rosto e sacos plásticos enfiados na boca, além de nada ter sido roubado.

Donati, cujo corpo foi encontrado na manhã de quarta-feira, estava desaparecido desde a noite anterior.

O suspeito é Andrie Maycon Ferreira da Silva, de 20 anos, que foi preso na fazenda onde trabalhava, no mesmo município. Segundo o delegado Humberto Teófilo de Menezes Neto, responsável pelo caso, ele confessou o assassinato de Donati. Pelo relato à polícia, o suspeito disse que passava pela rua a pé, já na madrugada de quarta, quando viu a vítima caminhando.

Donati, ainda segundo o relato do preso à polícia, é que teria abordado o suspeito. Os dois, então, seguiram para um terreno baldio e mantiveram relações sexuais. Em seguida, tiveram um desentendimento e começaram a brigar.

Nervosismo

Conforme o relato, segundo o delegado, o suspeito aplicou um golpe que levou Donati a desmaiar. Em seguida, ele encheu a boca da vítima de sacos plásticos que estavam no terreno e fugiu. “Ele diz que usou os sacos plásticos em um momento de nervosismo, de desespero”, disse Menezes Neto.

A polícia chegou ao suspeito porque sua Carteira de Identidade foi encontrado no local do crime. Policiais apuraram, então, que ele vinha de uma cidade vizinha, mas estava hospedado em um hotel da cidade e que, no momento, trabalhava em uma lavoura de tomate.

Polícia Civil vai fazer perícia
 
Ainda segundo delegado Humberto Teófilo de Menezes Neto, o suspeito diz não ser homossexual, mas afirma que já manteve relações sexuais com homens. Afirmou ainda que nunca tinha visto João Donati antes.
 
Para averiguar se a versão do suspeito é verdadeira, a polícia deve realizar perícia com material sexual tanto do suspeito como da vítima para comprovar se houve relação sexual.
 
O suspeito seria levado ainda na noite de ontem para a cadeia pública da cidade.
 
A reportagem tentou ouvir o advogado dele, Flavio Rezende, que acompanhava a prisão, mas, segundo o delegado, ele não quis se manifestar.
 
Donos do bar onde Donati traba lhava disseram ao site de notícias G1 que pediram a um cliente que levasse a vítima para casa na madrugada em que o crime ocorreu, na quarta-feira. “Quando foi por volta da 1 hora, fechamos o bar e meu marido pediu que um cliente desse carona ao João. Essa foi a última vez que o vimos com vida”, lamentou a comerciante Graça de Maria. Segundo ela o cliente do bar disse que levou João até a esquina da rua onde ele morava e que ele estava muito apressado, como se fosse encontrar alguém.
 
Saiba mais
 
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluído na quinta-feira aponta que João Antônio Donati lutou com o agressor antes de morrer e que ele possuía diversas marcas de hematoma pelo corpo. O documento concluiu também que a vítima morreu asfixiada.
 
“Ele tinha diversos hematomas pelo corpo, no olho, no nariz. E como não tinha nenhuma fratura, pode indicar que alguém ficou segurando o rapaz enquanto ele não conseguia respirar. Mas só as investigações podem esclarecer certinho como se deu toda essa dinâmica do crime”, disse o delegado Menezes Neto ao G1. O caso ganhou repercussão nas redes sociais e causou revolta em internautas de várias partes do País, que já marcaram protestos hoje em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.

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