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Brasil

Mulheres mobilizam protesto virtual contra o machismo

Arquivo Geral

28/03/2014 20h40

Em resposta a uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), um grupo de mulheres fazem um protesto no Facebook contra o machismo no país. O evento tem nove mil confirmações na página da rede social. Um dos pontos da pesquisa que gerou revolta revela que 65% dos entrevistados associam o estupro as vestimentas das mulheres.

As manifestantes postaram fotos sem roupa, da cintura para cima, com um cartaz cobrindo os seios com os dizeres “Eu também não mereço ser estuprada”.

Na pesquisa do Ipea, 3.810 pessoas de ambos os sexos foram entrevistadas entre maio e junho de 2013.

“Quando fiquei sabendo do resultado, fiquei com vontade de sair pelada na rua gritando: “eu não mereço ser estuprada””, conta Nana Queiroz, 28, escritora e organizadora do protesto online.

A fotógrafa Paula Fróes, 29 anos, (foto acima) considera que a ação tende a valorizar a figura feminina e disassociar as vestimentas com o crime.

“Tem tempo que faço fotos relacionadas a isso e autorretratos sobre violência contra mulher. Para mim, isso é uma forma de deixar bem claro à sociedade que nós que ditamos as nossas regras, de mostrar que o corpo é meu e toca nele quem eu quiser não é porque estou usando uma sainha que alguém tem o direito de me violentar sexualmente. Essa pesquisa demonstrou a estupidez humana e a incapacidade de entender que “não é não””, afirma a fotógrafa.

Palavras da presidente Dilma

A presidente Dilma Rousseff mostrou repúdio ao resultado. Em sua página no Twitter, a presidente escreveu: “Pesquisa do Ipea mostrou que a sociedade brasileira ainda tem muito o que avançar no combate à violência contra a mulher”. Em outro tweet: “O resultado deixa claro o peso das leis e das políticas públicas no combate à violência contra a mulher, mostra também que governo e sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência contra a mulher, dentro e fora dos lares” “Tolerância zero à violência contra a mulher”.

Em outro ponto da pesquisa, os entrevistados consideram que “se a mulher soubesse se comportar”, as estatísticas de estupro seriam menores.

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