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Morando Fora

O passo a passo para ingressar em uma universidade americana

Arquivo Geral

17/10/2018 21h37

Atualizada 04/02/2019 20h45

Após ver o filho, na época com 17 anos, embarcar para os Estados Unidos rumo à Universidade da Califórnia, o professor Emilio Costa se dedicou a um novo projeto: o de juntar tudo que aprendeu sobre o processo de admissão em uma universidade americana e usar seu conhecimento para auxiliar estudantes e pais brasileiros a entender o sistema universitário daquele país. Lançou, no fim de setembro, pela editora Faro Editorial, o livro Como ingressar numa universidade americana e a diferença que isso fará na sua vida.
Com 240 páginas e dividido em 21 capítulos, o livro funciona como um amplo guia que destrincha inúmeros detalhes do processo. Emilio, que fez parte de sua vida acadêmica com bolsa de estudos na University of Michigan, em Ann Arbor, e na George Washington University, em Washington, D.C, participou de muitas reuniões, entrevistou diversos profissionais ligados ao ramo, foi a apresentações, workshops e leu inúmeros materiais sobre o assunto. “Nessas oportunidades, notei tanto a curiosidade quanto a angústia de pais e alunos que, familiarizados com o vestibular brasileiro, não entendiam o sistema de admissão a essas universidades”, explica.
O professor se debruçou no passo a passo do processo de admissão, sobre como interpretar as informações apresentadas nos sites das universidades, além de dicas sobre como conseguir pleitear bolsas de estudo e também como avaliar a situação do aluno em relação às escolas desejadas. Uma dica interessante, entretanto, diz respeito exatamente ao ranking das melhores instituições.
Emilio não quer desconstruir o fascínio pelas primeiras colocadas, como Harvard, Stanford ou MIT, mas mostra que existem outras inúmeras instituições com qualidade excepcional e preço acessível. “Eu escrevo no capítulo 10 como escolher a universidade ideal para o curso no qual o aluno pretende se formar”, explica.
O material sugere uma preparação que se inicia com até quatro anos de antecedência, quando o aluno ainda está cursando o ensino fundamental. “Quanto mais cedo você começar a se preparar, maiores serão suas chances. Seu desempenho nos quatro últimos anos de escola contará muito na avaliação das notas e nos pontos”, diz o professor. Ele explica também sobre a importância da redação, que é a maior oportunidade de sensibilizar e convencer os profissionais dessas instituições de que o candidato é a pessoa que deve ser escolhida.
Com a publicação, o professor quer mostrar as vantagens de se estudar no país que tem diversas universidades no ranking das melhores, como formação de qualidade; competitividade; futuro garantido; mas, mais que isso, amadurecimento, competência intercultural e, pasmem, preços competitivos. “Estudar em uma boa universidade na América custa em média, US$ 35 mil por ano. Quando o dólar voltar ao seu patamar de normalidade em relação ao real, estudar fora irá compensar.”
A ideia é que as famílias consigam encontrar seus caminhos e, consequentemente, possam enviar seus filhos. “Estudar nas melhores instituições de ensino é uma boa oportunidade de aprender a pensar e um enorme amadurecimento como ser humano, além do profissional”. Emilio e seu filho tiveram êxito: o menino foi aceito por oito universidades dos Estados Unidos, mas escolheu a UCLA, que consta no ranking entre as dez melhores instituições do mundo.
Emílio acredita que “crescemos quando estamos no meio de gente qualificada. Vá aonde você possa explorar seu potencial. Então, aprenda onde estão os bons, para que você se desafie e melhore sempre”.

Dicas interessantes:

  • A redação, a chamada essay em inglês, terá um peso enorme na decisão dos avaliadores. Os profissionais e escolas que analisarão sua candidatura a milhares de quilômetros de distância se baseiam no material que você lhes enviar. Portanto, deverá estar impecável; a ajuda de um especialista será importante nessa hora e o professor sugere que os pais procurem empresas ou pessoas especializadas.
  • O sonho de Harvard: é importante ter em mente que entrar em Harvard ou em universidades desse nível, é geralmente para alunos fora da curva. Isso significa que, além de notas impecáveis, esses alunos têm de ter um histórico extra curricular bastante acima da média, com experiência em criação de aplicativos, por exemplo, realização de projetos científicos de destaque, medalhas em competições internacionais, etc.
  • Existem ótimas universidades americanas com preços acessíveis
  • A experiência pessoal e o amadurecimento que virão durante os anos nos Estados Unidos farão uma grande diferença na vida profissional e pessoal desses jovens
  • É natural haver alguma insegurança quando pensamos em enviar nossos filhos para longe. O primeiro ponto para aceitarmos com tranquilidade é acreditar que estamos fazendo o melhor para eles
  • É muito importante que os pais, ao verem seus filhos morando longe, não fraquejem quando eles enfrentarem as dificuldades inerentes ao processo de adaptação

O livro pode ser encontrado no site da Amazon e em livrarias como a Saraiva.


Liliana Tinoco Bäckert é jornalista e tem mestrado em Comunicação Intercultural pela Universidade da Suíça Italiana. Carioca, tem dois filhos, é casada com um alemão e vive naquele país desde 2005, onde também trabalha como treinadora intercultural independente. Decidiu transformar o próprio choque cultural em combustível para ajudar outros brasileiros que já vivem fora ou que pretendem se lançar nessa aventura globalizada.

 

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