Sapatilha, collant, meia calça e coque no cabelo. Os elementos definem exatamente uma bailarina clássica, mas, acredite, estas mesmas peças podem muito bem ser usadas na modalidade ensinada em academias e escolas de dança: o ballet fitness.
A prática encaixa-se perfeitamente em quem quer trabalhar a musculatura, mas não gosta de fazer treinos com os aparelhos tradicionais que lotam os corredores das academia. Mesmo exigindo mais do (a) praticante fisicamente que o clássico, o fitness não deixa a leveza e a delicadeza da dança se perderem durante os exercícios.
“O que muda é a música, porque não é clássica e, sim, mais voltada ao ambiente de academia. Os exercícios são direcionados para o desenvolvimento da musculatura. Isso traz um resultado mais rápido”, garante a professora Shaiene Santana.
Shaiene, que trabalha com ballet há 13 anos, abriu a própria escola de dança no Setor O. “No final, tanto o clássico como o fitness desenvolvem o mesmo trabalho”, assegura a professora, sem querer influenciar na hora da escolha.
Para qualquer um
Bernardo de Lima também é professor de dança e conta que há um incentivo maior até para as mães das bailarinas.
Ele diz já ter visto mães deixarem filhas no ballet mirim e irem praticar o clássico ou o fitness. “Não tem idade-limite e elas se divertem”, complementa o professor.
A prática é indicada, inclusive, para quem treinou a modalidade clássica durante muito tempo e, atualmente, não tem o mesmo rigor físico de antes.
Saiba mais
Meia hora de ballet fitness pode queimar até 794 calorias. Fazendo uma comparação com o mesmo tempo de corrida na esteira, o estresse muscular é bem maior que o da dança.
O ballet melhora o tônus muscular, a flexibilidade, a respiração, a postura e o equilíbrio. Além de agilidade, colabora para músculos alongados, alinhamento corporal, força abdominal e lombar.
O fitness ajuda a trabalha os músculos de maneira mais rápida que o clássico, mas deixa o visual bem menos trincado.
Corpo mutável
O ballet fitness surgiu há 10 anos com a bailarina Betina Dantas, de 36 anos. Ela começou a praticar o ballet clássico aos três e sofreu uma lesão crônica no tornozelo aos 14 anos, o que a impedia de subir na sapatilha de ponta. Depois de algum tempo afastada da dança, Betina viu o corpo perder a definição e resolveu dar aulas para crianças.
Ao observar as mães que ficavam sentadas esperando a aula acabar, ela começou a pensar sobre algo que pudesse envolvê-las. Ela pesquisou sobre o ballet adulto e notou que o mesmo não era muito bem aceito por ser dedicado a pessoas que começaram o esporte de forma tardia. Desta forma, criou e adaptou os exercícios para o fitness.
Corpo trabalhado
A professora Shaiene garante que as modalidades trabalham bem o corpo. “Afina a cintura e alonga os músculos. Pode não parecer, mas a gente trabalha muito toda a musculatura, e elas sofrem”, conta.