Menu
Hélio Doyle

Policiais civis em busca de um acordo

Arquivo Geral

10/11/2016 7h00

Atualizada 09/11/2016 21h31

Os policiais civis de Brasília estão há mais de três meses brigando com o governo para obter um aumento salarial de 37% em três anos. Esse é o percentual que os policiais federais terão caso o Congresso Nacional aprove o reajuste de seus subsídios, e os policiais civis do DF querem manter a equivalência salarial com eles.
Diante da negativa do governo, que alega falta de recursos para arcar com o aumento, os sindicatos de policiais civis praticamente declararam guerra ao governador Rodrigo Rollemberg e, por tabela, ao diretor-geral da corporação, Eric Seba. As paralisações são periódicas e os serviços estão bastante prejudicados nas delegacias e nas áreas de perícia, identificação e medicina legal, entre outros.
Nos últimos dias, porém, os sindicatos têm mandado ao governo recados de que aceitam negociar um acordo.

Agora depende do Senado

Os sindicatos de delegados e de agentes já se convenceram de que o governo de Brasília não vai mesmo ceder e dar a eles o aumento pretendido. Precisam, porém, de uma saída honrosa para que a intensa mobilização realizada dê em nada.
Mas o que mais os incomoda é a demora do Senado em aprovar o aumento de 37% dos policiais federais, que já passou pela Câmara. Ainda mais por causa dos rumores de que os senadores não o aprovarão, poupando o presidente Michel Temer de vetá-lo.
Se os policiais federais ficarem sem o aumento, os policiais civis perderão o argumento da equivalência dos subsídios e não haverá reajuste para ninguém.

Gastou 32 milhões e arrecadou quanto?

Afinal, quanto o governo de Brasília gastou e quanto foi arrecadado pelos cofres públicos com os jogos olímpicos de futebol? Na época falava-se em um gasto de R$ 32 milhões, incluindo o desfile da tocha, mas não houve nenhuma prestação de contas depois do evento.
Como se sabe, a realização de 10 jogos de futebol masculino e feminino em Brasília foi um grande fracasso e há quem afirme que o gasto foi superior aos anunciados R$ 32 milhões.

Ficou por isso mesmo

O governo de Brasília também está devendo um esclarecimento formal sobre a farra de distribuição de convites e gastos com comidas e bebidas em camarotes que receberam “autoridades” e outros convidados durante os jogos da seleção brasileira.
Depois da denúncia e de explicações bisonhas do BRB e da Terracap, de que seriam ações de relacionamento com clientes, nada mais se disse e ninguém, pelo que se sabe, foi punido.

Acende farol, apaga farol

Mais um juiz de primeira instância proibiu o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de multar motoristas que trafegarem em rodovias sem os faróis ligados. A alegação agora é de que no Distrito Federal há muitas rodovias que, na realidade, são vias urbanas. O motivo anterior era a falta de sinalização nas rodovias, já providenciada pelo DER.
Os que são contra manter os faróis acesos aproveitaram para repetir a lengalenga de que a medida foi adotada, por lei federal, apenas para que os estados arrecadem mais dinheiro com multas. Dizem também que manter os faróis acesos durante o dia em nada contribui para a segurança no trânsito.
O mesmo discurso que até hoje se ouve sobre os pardais que fiscalizam a velocidade e a passagem pelo sinal fechado.

Argumentos furados

A alegação de que faróis acesos em rodovias são inúteis é apenas retórica, pois há estudos em outros países mostrando que a maior visibilidade dos veículos nas rodovias contribui para a queda do número de acidentes. Aqui no Brasil será preciso um tempo para que os números possam ser comparados e se chegue a uma conclusão.
A velha ladainha de que a medida só serve para multar é mais furada ainda: basta cumprir o que manda a lei para que não haja multa. É como o motorista que trafega a 100 quilômetros por hora onde a velocidade máxima é de 60 quilômetros por hora ser multado pelo pardal e se dizer pobre vítima de um caça-níqueis.

Rodovias de mentirinha

Têm razão, porém, os que alegam que em Brasília há diversas vias urbanas que são erradamente consideradas rodovias. Não tem o menor sentido, por exemplo, o Eixo Rodoviário ser uma rodovia. Apesar do nome, atravessa, em seus quase 14 quilômetros, uma área estritamente urbana.
O diretor do DER, Humberto Ludovice, alega que pelo Sistema Nacional de Viação são rodovias as estradas que ligam a área central de Brasília às cidades-satélites. Há estradas-parques, porém, como as do Lago Sul e do Lago Norte, que não fazem essa ligação.
O melhor a fazer é transformar essas e outras falsas rodovias em vias urbanas e deixar de exigir que os faróis sejam acesos pelos veículos que nelas transitarem.

Rumo certo à direita

Ao ler a nota sobre o apoio do PSB, partido do governador Rodrigo Rollemberg, à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, um leitor observou que nas peças de propaganda do governo a seta que aponta para o “rumo certo” se movimenta para a direita.
Segundo ele, a direção da seta é coerente com o apoio de Rollemberg a Alckmin.

Aliás…

Dizer que o governo de Brasília está no rumo certo é piada pronta. Pode ser até que Rollemberg venha a acertar o rumo, mas por enquanto…

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado