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Hélio Doyle

Pezão atrapalha discurso de Filippelli

Arquivo Geral

09/11/2016 7h00

Atualizada 08/11/2016 23h22

A crise financeira e econômica é geral e a questão que se coloca para o presidente da República, governadores e prefeitos é como enfrentá-la. O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, do PMDB, optou, entre outras medidas, por cortes em programas sociais – que afetarão os mais pobres e que mais precisam da assistência do Estado.
O aluguel social, por exemplo, deixará de ser pago a 9.640 famílias. Dois programas de complementação de renda para os mais pobres – Renda Melhor e Renda Melhor Jovem — deixarão de atender a 122 mil famílias. Os restaurantes populares que foram fechados servem, em média, 34.777 refeições e 21.877 cafés da manhã por dia, a R$ 2 e a R$ 0,50.
Os cinco milhões de usuários do bilhete único no transporte coletivo terão a tarifa aumentada de R$ 6,50 para R$ 7,50 e um teto de R$ 150 no valor mensal subsidiado pelo governo. E 7.500 moradores da Ilha de Paquetá terão de pagar pelas viagens de barca.
Está difícil para Tadeu Filippelli e para o PMDB de Brasília, que tem em seus quadros os distritais Wellington Luiz e Rafael Prudente, criticarem as medidas de ajuste fiscal do governador Rodrigo Rollemberg em Brasília. Agora ou em 2018.

Guinada à direita por Alckmin

Um político brasiliense fez um exercício teórico em torno dos cenários prováveis para 2018 tendo como referência os possíveis candidatos a presidente da República. O que já parece complicado fica ainda mais.
Se o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, for candidato pelo PSDB, poderá ter o apoio do PSB, do PPS e do PV, entre outros. Em Brasília, isso significa Izalci Lucas e Robério Negreiros (PSDB), Rodrigo Rollemberg (PSB), Cristovam Buarque, Raimundo Ribeiro e Celina Leão (PPS) e Israel Batista (PV).
Nesse cenário, para que seja o candidato a governador, Rollemberg terá de se recompor com os hoje adversários Izalci, Raimundo Ribeiro e Celina Leão e se acertar de novo com Cristovam. E, pela primeira vez, não disputar uma eleição com a marca da esquerda.

As peças mudam de lugar

O candidato a governador na coligação de Alckmin se confrontará, em tese, com o candidato a ser apoiado pelo ex-governador Ciro Gomes, que é do PDT (Joe Valle e Reginaldo Veras) e provavelmente terá o apoio do PT (Chico Vigilante, Ricardo Vale e Wasny de Roure) e do PCdoB. É difícil prever a postura da Rede e do PSol nessa situação, pois podem aderir a Ciro ou lançar um de seus quadros – no caso da Rede, fala-se de Marina Silva.
E há a hipótese de o candidato do PSDB ser José Serra ou Aécio Neves, com Alckmin indo para o PSB. Nesse caso, Izalci mudaria de chapa, podendo ser o candidato a governador com apoio do PMDB (Filippelli) e do PSD (Rogério Rosso e Cristiano Araújo). Ou Filippelli seria o candidato ao governo, se a Justiça deixar.

Visão nacional, eleição local

Essas especulações mostram a complexidade do quadro político para 2018. As candidaturas presidenciais e suas repercussões em Brasília são apenas algumas das inúmeras variáveis que vão conformar o ambiente no ano eleitoral. E nem sempre as coligações em âmbito nacional se reproduzem nos estados e no Distrito Federal.
Corre em Brasília, a propósito, a suspeita de que Marina Silva possa deixar de lado a candidatura presidencial e vir a disputar o governo local ou uma cadeira no Senado. Ela tem casa no Lago Norte.

Governo não propôs rescisão ao Centrad

Ao contrário do publicado na coluna, o governo de Brasília não pensa em propor nem propôs ao consórcio Centrad a rescisão do contrato de parceria público-privada para construção e operação do centro administrativo em Taguatinga. A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão nega essa intenção e diz que a proposta nesse sentido é do consórcio integrado pela Odebrecht e pela Via Engenharia.

Mas o consórcio diz que está em pauta

O consórcio admite que a rescisão está em pauta. Em nota, diz que “está em discussão com o governo do Distrito Federal a possibilidade de rescisão amigável do contrato de concessão do centro administrativo”. Segundo o Centrad, “a iniciativa de começar a avaliar esta possibilidade, de comum acordo entre as partes, tornou-se necessária em razão das dificuldades na resolução de impasses relacionados a esta Parceria Público-Privada”.
O consórcio reclama que investiu mais de R$ 1 bilhão e o governo ainda não realizou nenhum pagamento, o que impede a amortização dos empréstimos feitos na Caixa e no Santander.

Não vai sair barato

Na nota, o consórcio Odebrecht-Via lembra que “conforme estabelecido no contrato de PPP, o inadimplemento do governo do Distrito Federal pode acarretar rescisão com obrigação de indenização pelo Poder Público ao parceiro privado pelos custos e investimentos realizados, incluindo montante necessário para quitar o saldo da dívida do projeto com os agentes financiadores”.
Não será, pelo jeito, uma rescisão tão amigável e tranquila.

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